16/12/2021 - 15:35
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) permitiu nesta quinta-feira (16) que os Estados-membros usem a pílula anticovid da Pfizer, antes de sua aprovação formal, e autorizou outros dois tratamentos, em sua luta contra o aumento de casos.
A pílula da Pfizer, assim como a de sua rival MSD (com aprovação emergencial da EMA), não precisam de injeção ou entrada por via intravenosa, o que as torna mais acessíveis.
A gigante farmacêutica Pfizer anunciou esta semana que a pílula, que reduz as hospitalizações e as mortes de pessoas de risco em 90%, deve resistir à nova variante da covid, a ômicron.
“O medicamento, que ainda não está autorizado na UE, pode ser usado para tratar os adultos com covid-19 que não precisam de oxigênio extra e que têm um maior risco de desenvolver uma forma grave da doença”, disse a EMA em um comunicado.
A agência explicou que emitiu essa recomendação para apoiar as autoridades nacionais que podem decidir uma utilização antecipada do medicamento, por exemplo diante de um aumento dos casos e das mortes por covid na União Europeia.
Este tratamento, denominado Paxlovid, é uma combinação de uma nova molécula, o composto PF-07321332 e o antirretroviral ritonavir, que é usado contra o vírus da aids.
Para o líder da Pfizer, Albert Bourla, se o Paxlovid “for autorizado, tem o potencial de ajudar a salvar vidas e reduzir as hospitalizações”, explicou em um comunicado.
“Paxlovid deve ser administrado o mais rápido possível após o diagnóstico da covid-19 nos cinco primeiros dias desde o início dos sintomas”, indicou a EMA, acrescentando que o tratamento deve durar mais cinco dias.
Os efeitos colaterais mais comuns são distúrbios no paladar, diarreia e vômitos. Não deve ser administrado em mulheres grávidas e a amamentação deve ser interrompida em caso de uso do tratamento.
A EMA iniciou em 13 de dezembro uma análise acelerada de uma autorização de comercialização.
– Dinamarca aprova pílula da MSD –
A Dinamarca se tornou nesta quinta-feira o primeiro país da UE a autorizar o uso da pílula da MSD, autorizada pela EMA em novembro.
No entanto, os resultados clínicos publicados por MSD foram decepcionantes, já que mostraram menos eficácia do em ensaios anteriores (a partir de resultados provisórios).
Por outro lado, a EMA aprovou hoje dois medicamentos, o Xevudy da GlaxoSmithKline e o tratamento Kineret da Orphan Biovitrum, para pacientes com risco de desenvolver complicações graves da covid-19.
O composto Kineret, da empresa sueca Sobi, que já era usado para tratar a artrite e outras doenças inflamatórias, pode “impedir que se desenvolva uma insuficiência respiratória grave nos pacientes com covid-19”, explicou a EMA.
Na segunda-feira, a EMA terá uma reunião especial para decidir se aprova a quinta vacina disponível na UE, da americana Novavax.
A Novavax usa a chamada tecnologia de subunidades, semelhante à usada há décadas nas vacinas contra a hepatite B e a coqueluche.