08/06/2021 - 2:40
Por Francois Murphy
VIENA (Reuters) – A agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) viu indícios de possíveis trabalhos de reprocessamento para separar plutônio do combustível usado de reator na Coreia do Norte, que poderia ser utilizado em armas nucleares, disse o chefe do órgão nesta segunda-feira.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não tem acesso ao recluso país asiático desde que Pyongyang expulsou seus inspetores em 2009. A Coreia do Norte então avançou com seu programa de armas nucleares e logo retomou os testes nucleares. Sua última detonação de uma arma nuclear foi em 2017.
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Com sede em Viena, a AIEA agora monitora à distância as atividades da Coreia do Norte em locais que incluem o principal complexo nuclear de Yongbyon, usando principalmente imagens de satélite.
Em uma atualização trimestral de uma reunião do Conselho de Governadores dos 35 países de sua agência, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse que desde sua última reunião, onde ele alertou sobre um possível sinal de operação, continua a sair vapor de uma usina que servia a um laboratório de reprocessamento em Pyongyang.
“A usina a vapor que atende o Laboratório de Radioquímica continua operando desde minha última declaração ao Conselho, em março”, disse Grossi no texto de um discurso.
“A duração dessa operação é compatível com o tempo necessário para uma campanha de reprocessamento no Laboratório de Radioquímica. No entanto, não é possível confirmar que o reprocessamento está ocorrendo”, acrescentou.
Nos últimos três meses, não houve sinais de operações no principal reator de 5 megawatts da Coreia do Norte, em Yongbyon, que se acredita ter produzido plutônio para armas. A AIEA já disse anteriormente que o reator provavelmente está desligado desde dezembro de 2018.
Também não houve sinais de que uma instalação de Yongbyon considerada uma fábrica de enriquecimento de plutônio estivesse em operação, acrescentou, e os trabalhos de construção interna de um reator experimental de água leve naquele local pareciam continuar.
Grossi acrescentou, no entanto, que havia “indícios de atividade contínua” em uma instalação nos arredores de Pyongyang chamada Kangson, que chamou a atenção como um potencial local de enriquecimento.
(Por Francois Murphy)