O Ibovespa bem que tentou segurar-se em alta e nos 114 mil pontos, mas durou pouco. Há instantes, migrou para o terreno negativo, renovando mínimas, e retomando os 113 mil pontos. Investidores seguem cautelosos diante de incertezas com o avanço do novo coronavírus, iniciado na China, e a seus impactos na economia mundial, em uma semana de agenda cheia.

Às 10h39, o Ibovespa caía 0,16%, aos 113.580,36 pontos, após variar entre mínima de 113.467,40 pontos e máxima de 114.250,30 pontos.

Diante do surto da epidemia, autoridades chinesas estão avaliando se a meta para o crescimento econômico este ano deve ser reduzida como parte de uma revisão maior de como os planos do governo serão afetados.

Apesar da tentativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) de tentar acalmar a população global, vários países seguem adotando providências. A OMS afirma que não há não há razão para que os países tomem ações “desnecessárias” que interfiram no fluxo de viagens internacionais ou no comércio mundial. No entanto, a Rússia disse que Moscou poderá deportar estrangeiros infectados com o coronavírus, como parte de uma série de medidas adotadas para evitar a disseminação da doença no país.

No Brasil, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou que o governo brasileiro trará de volta de Wuhan, na China, epicentro da epidemia do vírus, os brasileiros que queiram retornar ao País.

Apesar de cair, o desempenho da B3 está distante da perda acentuada de 3,90% apurada na semana passada. Na sexta, Bolsa brasileira fechou com recuo de 1,53%, aos 113.760,57 pontos. A alta dos mercados internacionais é moderada, diante das notícias de avanço do coronavírus.

Na volta do feriado estendido e à medida que o vírus continua a se espalhar e impactar a atividade no país, o Banco central Chinês (PBoC) tomou sua primeira medida injetando 150 bilhões de yuans (US$ 21 bilhões) em liquidez no sistema financeiro, menciona em nota a XP Investimentos.

Para completar, indicadores fracos da economia chinesa – PMI Industrial e lucro do setor – inserem ainda mais cautela, especialmente por aqui, já que o País é um dos principais parceiros comerciais da China. Além do mais, a agenda de dados no Brasil é repleta, com destaque para a decisão de política monetária, na quarta, e a volta dos parlamentares ao trabalho, após o recesso de fim de ano.

Os mercados chineses, que haviam estendido o feriado do ano-novo lunar até ontem por causa do vírus, fecharam com quedas significativas. Como a Bolsa brasileira já vem sentindo os impactos desde a semana passada, Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM, cita que pode ter espaço para alta, acompanhando os mercados acionários do exterior.

Após operar com sinais mistos, o petróleo cai no exterior, com investidores avaliando a notícia de que em meio ao espalhamento do coronavírus, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados – que formam o grupo conhecido como Opep+ – estão considerando fazer um corte adicional de 500 mil barris por dia (bpd) em sua produção, em resposta à epidemia.

Já o minério de ferro no porto de Qingdao, na China, fechou com declínio de 5,37% hoje, na abertura dos mercados depois do feriado do ano-novo lunar.