30/01/2018 - 21:14
O governo não sairá derrotado caso leve a reforma da Previdência a voto e perca em plenário, defendeu nesta terça-feira, 30, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP). Segundo ele, o governo já é “vitorioso” por ter encaminhado a proposta, agora a tarefa cabe ao Congresso. “Está na hora de chamar à responsabilidade os nossos colegas parlamentares”, disse após reunião com lideranças na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O governo já tentou no ano passado jogar a responsabilidade pela reforma da Previdência para o Congresso Nacional, o que inclusive gerou atritos na articulação política.
Mansur ainda deixou a porta aberta para possíveis mudanças no texto da reforma em plenário. Segundo o vice-líder, a proposta que será lida dia 6 no plenário será a emenda aglutinativa do relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), mantendo os pilares que são a fixação de idades mínimas e o combate a privilégios. “Não mexemos nada com relação a servidores públicos. Mensagem é que governo quer acabar com privilégios”, disse. Mas a decisão final caberá ao plenário, reconheceu. “É claro que governo está aberto ao diálogo. Quem vai decidir sobre emenda aglutinativa no plenário são os parlamentares”, disse.
Os parlamentares seguem pressionando para flexibilizar a regra que pretende exigir as idades mínimas finais, de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, para que servidores tenham direito a aposentadoria com o último salário da carreira e reajustes iguais aos dos servidores ativos. Esses postos são considerados “privilégios” pelo governo, mas o deputado Rogerio Rosso (PSD-DF) está negociando uma alternativa, como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Mansur disse ainda que pesquisas têm mostrado redução de resistências à reforma entre a população. Ele defendeu também que o governo precisa continuar dando esclarecimentos sobre as regras para reverter votos indecisos. O vice-líder disse que é preciso levar a proposta a voto porque há outras pautas a serem endereçadas pelo Congresso neste ano, como reforma tributária e projetos relativos à segurança pública.