O Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/26 oferecerá R$ 78,2 bilhões em crédito pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – no total, plano prevê um desembolso de R$ 89 bilhões. Os valores para o financiamento da agricultura empresarial vão ser divulgados nesta terça-feira, 1º, e pode chegar R$ 515 bilhões.

Para o Pronaf, o volume é 2,89% superior ao anunciado na safra passada, de R$ 76 bilhões, e, segundo o Planalto, o maior da série histórica. “Além do valor recorde, conseguimos manter taxas de juros acessíveis, especialmente para a produção de alimentos essenciais, mesmo em um cenário econômico desafiador, garantindo que o agricultor familiar tenha condições justas de financiamento”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da cerimônia de anúncio do programa, disse que ele “está longe de ser o plano perfeito”, mas faz parte de um processo contínuo de reivindicação dos pequenos agricultores feitas ao Poder Público para garantir melhores condições de crédito.

“Esse plano é muito bom, mas está longe de ser o plano perfeito que buscamos. Tenho certeza de que no ano que vem vocês (Fernando Haddad e Paulo Teixeira) vão vir com muito mais novidade”, disse o presidente ao encerrar seu discurso na cerimônia.

O presidente defendeu que os agricultores precisam de “máquinas do tamanho deles para aumentar a produtividade”. Segundo ele, o atual Plano Safra chegará a “100% do território nacional” e será levado “àqueles que mais precisam”.

Lula discursou para uma plateia de integrantes de movimentos sociais, apoiadores do PT e representantes de pequenos agricultores. Disse a eles que eles são “a mola propulsora do crescimento” e que tem “tentado convencer os empresários de que é muito importante que eles torçam para que os mais pobres cresçam”.

Total de recursos

Somadas todas as políticas do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/26, o total a ser ofertado pelo governo para os pequenos produtores será de R$ 89 bilhões, ante R$ 85,7 bilhões registrados na temporada passada.

A cifra inclui, além dos recursos do Pronaf, políticas de crédito rural, compras públicas (R$ 3,7 bilhões), seguro agrícola (R$ 5,7 bilhões pelo Proagro Mais), assistência técnica (R$ 240 milhões) e garantia de preço mínimo (R$ 1,1 bilhão para garantia-safra). Outros R$ 42,2 milhões foram direcionados para o Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio).

As taxas de juros da agricultura familiar variam de 0,5% ao ano a 8% ao ano para os financiamentos da próxima safra, conforme as modalidades de investimento e porte de produtor. Na safra atual, as taxas variam de 0,5% ao ano a 6% ao ano. O aumento das taxas de juros foi de até dois pontos porcentuais, conforme antecipado pelo Estadão/Broadcast.

O governo manteve as taxas de juros em 3% ao ano para custeio de agricultores familiares que produzam alimentos como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, leite e ovos.

Agricultores que optarem pela produção sustentável de alimentos orgânicos, produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia ou agroecologia terão incentivo maior, taxa de juro de 2% ao ano nas linhas de custeio, inalteradas ante o Plano Safra atual. Essa era uma das prioridades do Ministério do Desenvolvimento Agrário na construção do Plano Safra da agricultura familiar já que é uma linha considerada estratégica.

Também foi mantida a taxa de juros de 3% para o Pronaf Investimento nas linhas de crédito do Pronaf Floresta, Pronaf Jovem, Pronaf Agroecologia, Pronaf Bioeconomia, Pronaf Convivência com o Semiárido, Pronaf Produtivo Orientado e inclusão de avicultura, ovinocultura e caprinocultura, conectividade no campo e equipamentos dentre os investimentos possíveis.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.