12/09/2021 - 6:53
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), cujo diretor-geral Rafael Grossi está em Teerã, anunciou, neste domingo (12), que chegou a um acordo com o Irã a respeito dos equipamentos de monitoramento de seu programa nuclear, poucos dias depois de denunciar a falta de cooperação das autoridades iranianas.
“Os inspetores da AIEA têm autorização para intervir, a fim de manter o equipamento e substituir os discos rígidos”, disse o órgão da ONU em um comunicado conjunto com a Organização Iraniana de Energia Atômica.
A agência, porém, continuará sem acesso aos dados das câmeras, enquanto, em fevereiro, Teerã havia se comprometido a fornecê-los em longo prazo, se as negociações para salvar o acordo internacional de 2015 forem bem-sucedidas.
Desta forma, Grossi, que realiza sua segunda viagem ao Irã este ano, assegurou a continuidade do monitoramento do programa nuclear iraniano.
A AIEA estava, de fato, preocupada em perder dados em caso de saturação da capacidade de registro das ferramentas.
Ele retornará a Teerã “em um futuro próximo para consultas de alto nível”, segundo informa o comunicado da agência, que insiste na “cooperação e confiança mútuas das duas partes”.
A visita ocorre poucos dias após a entrega de um relatório do gendarme nuclear da ONU acusando o Irã de falta de cooperação, e antes de uma reunião, a ser realizada a partir de segunda-feira (13), do Conselho de Governadores da Agência.
Em virtude de uma lei aprovada em dezembro por seu Parlamento, o Irã restringiu em fevereiro o acesso dos inspetores da AIEA a algumas de suas instalações nucleares.
Um acordo foi negociado para garantir um certo grau de vigilância, mas expirou em junho.
Este novo arranjo oferece um alívio às grandes potências, que estão tentando ressuscitar o acordo de Viena, colocado em apuros em 2018 pela decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de se retirar unilateralmente e restaurar as sanções americanas.
Em resposta, o Irã se livrou da maioria de seus compromissos.
As negociações foram suspensas em 20 de junho, dois dias após a vitória do ultraconservador presidente iraniano Ebrahim Raïssi.