A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou, nesta quarta-feira (9), que “não tem grande impacto sobre a segurança” a desconexão elétrica na central ucraniana de Chernobyl, onde ocorreu, em 1986, um dos maiores acidentes nucleares do planeta.

A operadora ucraniana Ukrenergo informou hoje que o fornecimento de energia para a usina de Chernobyl e seus equipamentos de segurança está “totalmente” cortado, devido às ações militares russas.

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“Não há possibilidade de restabelecer as linhas”, já que a ofensiva está em andamento, disse a operadora ucraniana.

Localizada em uma zona de exclusão, a usina de Chernobyl inclui reatores desativados – incluindo o reator número 4 coberto por um sarcófago – e instalações de resíduos radioativos.

Segundo o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, a usina possui “geradores de emergência com capacidade de 48 horas”.

“Depois disso, os sistemas de refrigeração de combustível depositado vão parar”, alertou Kuleba no Twitter.

De acordo com a AIEA, porém, levando-se em conta o tempo transcorrido desde esse acidente, “a carga térmica da piscina do depósito de combustível usado e o volume de água de resfriamento são suficientes para garantir uma evacuação eficaz do calor sem eletricidade”.

“A AIEA não vê grande impacto na segurança”, acrescenta esta agência ligada à ONU.

Mais de 200 técnicos e guardas estão bloqueados no local e trabalham há 13 dias seguidos sob vigilância russa.

A AIEA pediu à Rússia que permita a rotação de pessoal, porque o descanso e os horários regulares de trabalho são cruciais para a segurança desta unidade.