O BC (Banco Central) divulgou que muitos brasileiros ainda não retiraram sua parcela dos R$ 7,97 bilhões esquecidos no sistema financeiro até o fim dos primeiros 30 dias do ano. A informação foi revelada na quinta-feira, 7, e até o momento, o SVR (Sistema de Valores a Receber) já efetuou a devolução de R$ 5,99 bilhões, quase a metade de um total que chega aos R$ 13,33 bilhões. Os dados do SVR são compartilhados com dois meses de atraso.

Até o final do primeiro mês do ano, 18.513.533 dos indivíduos que haviam quantias para resgatar já haviam sacado os valores. Apesar do número parecer alto, isso representa só 29,73% dos beneficiários incluídos na lista desde que o programa foi iniciado, em fevereiro de 2022, atingindo um total de 62,2 milhões.

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Apesar de um valor total que quase atinge a casa dos oito bilhões de reais, a maioria das pessoas e empresas que podem receber os saques têm acesso a um montante pequeno. Ao todo, 63,7% dos beneficiários possuem valores a retirar de até R$ 10. Quantias que superam os dez reais e vão aos R$ 100 correspondem a 25,15% das que podem ser obtidas pelos indivíduos.

A variação de R$ 100,01 até R$ 1 mil, representa valores que apenas 9,63% dos beneficiários, e menos ainda, cerca de 1,75%, pode obter uma quantia acima dessa.

De todos os beneficiários que já sacaram as quantias pendentes, 17,5 milhões são pessoas físicas e as outras 948,9 mil jurídicas. Dos que não obtiveram os valores a serem resgatados, 40,6 milhões são pessoas físicas e 3.148.348 jurídicas.

O que é “dinheiro esquecido”?

As quantias consideradas pelo SVR como “dinheiro esquecido” são equivalentes a valores de pessoas físicas e jurídicas que estão sem movimentação em instituições financeiras. Por meio do programa do BC, beneficiários podem rever montantes deixados em poupanças, contas correntes, cooperativas de crédito, tarifas cobradas indevidamente, parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente, entre outros.

Para conferir se há algum valor em seu nome que pode ser sacado, basta entrar no site oficial do SVR (colocar link) e inserir o CPF com data de nascimento, no caso de pessoas físicas, e para jurídicas, colocar o CNPJ e data de abertura da empresa. Se houver algum valor a receber, basta clicar em “Acessar SVR”. O modo de devolução é por TED, DOC ou via Pix.

Novas funcionalidades

O SVR foi reaberto em março de 2023 após ficar fora do ar por quase um ano. Com o restabelecimento da plataforma, foram inseridas novas fontes de recursos, a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas e um novo sistema de agendamento. Apenas em janeiro de 2024 foram sacados R$ 243 milhões, número maior que em dezembro, quando foi retirado um montante de 193 milhões de reais.

Também é possível utilizar novidades como a impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no Whatsapp, além da inclusão de todos os tipos de quantias previstas na norma do SVR.

Uma sala de espera virtual, que possibilita a todos os clientes efetuarem consultas no mesmo dia sem a necessidade de um cronograma baseado no ano de nascimento ou fundação da empresa, será implementada.

A consulta a montantes de pessoas que já morreram podem ser feitas por herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais, e, bem como o atendimento de indivíduos vivos, a plataforma exibe a situação da quantia e a instituição responsável por ela.

Aos que possuem contas conjuntas, caso um dos titulares requisite o saque de algum montante, o outro, ao dar entrada na plataforma, pode ver as informações da quantia e quem efetuou o pedido.

Valores que não estavam nos lotes disponibilizados pelo SVR em 2023 também foram acrescentados, já que o sistema passou a contemplar contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas.

Golpes

Entretanto, beneficiários precisam estar atentos a golpes de estelionatários que dizem intermediar os saques de montantes esquecidos. O BC ressalta que todas as atividades disponibilizadas pelo SVR são gratuitas, além disso, a instituição complementa que não envia links e nem entra em contato para discutir sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

De acordo com o BC, apenas a instituição financeira responsável por reter os valores do indivíduo que aparece na consulta do SVR pode entrar em contato. A entidade ainda solicita para que ninguém forneça suas senhas a outra pessoa, e que ninguém está autorizado a pedir tal informação.