12/06/2025 - 12:28
As ações da Boeing afundam cerca de 5% às 12h20 (horário de Brasília) desta quinta-feira, 12, na Bolsa de Nova York após o desastre com o avião da Air India que era da fabricante. Nas negociações pré-mercado os papéis chegaram a afundar 8%.
+Bolsa de Mumbai fecha em queda de 1%, após queda de avião da Air India
+Avião com 242 pessoas a bordo atinge prédios e cai na Índia
O avião em questão era um Boeing 787-8 Dreamliner, uma das aeronaves mais modernas, e tinha 242 pessoas a bordo. A aeronave caiu minutos após decolar da cidade de Ahmedabad, no oeste da Índia.
O avião tinha como destino o aeroporto de Gatwick, no Reino Unido, informou a Air India. Fontes policiais disseram que o avião caiu em uma área próxima ao aeroporto.
Ver essa foto no Instagram
A Boeing disse em comunicado que está ciente das notícias iniciais e que está trabalhando para reunir mais informações.
A notícia chega no momento em que a fabricante de aviões norte-americana tenta reconstruir a confiança do mercado, do público e de autoridades sobre a segurança de suas aeronaves e em que a empresa tenta aumentar a produção sob o comando do presidente-executivo, Kelly Ortberg.
“É uma reação de reflexo (à queda do avião) e há novos temores sobre os problemas que afetaram as aeronaves da Boeing e a própria Boeing nos últimos anos”, disse Chris Beauchamp, analista do IG Group.
Veja detalhes sobre o Boeing 787
O Boeing 787 Dreamliner é considerado como um dos jatos mais avançados em serviço e especialistas dizem que ele tem um histórico de segurança forte, sem nenhum incidente fatal anterior. A Boeing disse que está trabalhando para reunir mais informações sobre a queda desta quinta-feira.
A aeronave 787-8 envolvida na queda desta quinta-feira foi entregue em 2014 e é a menor de três variantes do modelo.
O 787-8 normalmente comporta 248 passageiros e o 787-9, maior e de maior alcance, transporta 296 pessoas. A maior variante, o 787-10, que também tem o menor alcance, tem 336 assentos, de acordo com dados da Boeing.
O 787 bimotor vem com uma opção de dois tipos de propulsores, fornecidos pela GE Aerospace ou pela Rolls-Royce. Os motores do avião acidentado eram fornecidos pela GE, que disse que apoiará a investigação.
A Boeing já vendeu mais de 2.500 unidades do 787s, incluindo 47 para a Air India. A empresa entregou 1.189 jatos para companhias aéreas ou locadoras, mas nos últimos anos tem sido afetada por atrasos na produção, o que se soma a uma crise corporativa mais ampla no maior exportador dos Estados Unidos.
O 787 voou pela primeira vez em 2011 e entrou em serviço no mesmo ano, após atrasos no desenvolvimento.
A criação do jato marcou um avanço no design, prometendo uma eficiência de combustível 20% maior com o uso de materiais compostos leves e considerados duráveis e mais sistemas elétricos.
O tamanho, alcance e eficiência do avião o tornaram ideal para a abertura de novas rotas, contornando hubs servidos por jumbos como o Boeing 747 e o Airbus A380 e ajudando a tirar ambos os jatos de produção.
A Airbus seguiu o exemplo, desenvolvendo o jato A350, feito também com materiais compostos.
O 787 também foi pioneiro em uma nova maneira de se montar aviões, terceirizando grande parte da estrutura e dos componentes para empresas de todo o mundo e reunindo as peças em Everett, Washington, e mais tarde em North Charleston, Carolina do Sul, nos EUA.
Mas a mudança levou a problemas na cadeia de suprimentos e a Boeing reconheceu mais tarde que havia ido longe demais com a terceirização.
Incidentes anteriores
Em julho de 2013, um 787 vazio da Ethiopian Airlines pegou fogo no solo do aeroporto de Heathrow, em Londres, em um incidente posteriormente relacionado a um curto-circuito em um transmissor localizador de emergência.
Também em 2013, órgãos reguladores suspenderam temporariamente a frota global de 787 após superaquecimento de baterias de lítio em dois aviões de companhias aéreas japonesas em Tóquio e Boston, resultando em alterações no projeto para conter melhor o risco de fuga térmica.
Em março do ano passado, pelo menos 50 pessoas ficaram feridas quando um Boeing 787 operado pela LATAM Airlines se deslocou para baixo abruptamente em pleno voo de Sydney para Auckland. Os investigadores se concentraram em um movimento involuntário para frente no assento do piloto.