Por Gianluca Lo Nostro e Tim Hepher

(Reuters) – A Airbus sinalizou pressões de produção de curto prazo e confirmou um atraso no cargueiro derivado do jato A350, ao prever um aumento de 7% nas entregas de aviões neste ano para cerca de 820 unidades.

O maior grupo aeroespacial da Europa assumiu um novo encargo de 300 milhões de euros (US$ 312,84 milhões) envolvendo sua divisão espacial, ao mesmo tempo em que destacou riscos potenciais para o futuro da aeronave de transporte militar A400M, que enfrenta vendas fracas.

A Airbus teve lucro operacional ajustado de 5,35 bilhões de euros em 2024, uma queda de 8%, mas em linha com o esperado pelo mercado. O lucro do quarto trimestre foi de 2,56 bilhões  de euros.

A receita anual aumentou 6%, para 69,23 bilhões de euros, dos quais 24,72 bilhões foram gerados nos três meses até 31 de dezembro.

Analistas esperavam, em média, lucro operacional no quarto trimestre de 2,6 bilhões de euros sobre vendas de 24,68 bilhões, de acordo com pesquisa compilada pela empresa.

A fabricante de aviões, que entregou 766 jatos no ano passado, praticamente em linha com a meta, vem enfrentando atrasos industriais devido, em parte, a problemas na cadeia de suprimentos do setor aeroespacial, que também prejudicaram a recuperação da rival norte-americana Boeing.

“Desafios específicos na cadeia de suprimentos, principalmente com a Spirit AeroSystems, estão atualmente pressionando a aceleração do A350 e do A220”, disse o presidente-executivo da Airbus, Guillaume Faury, a analistas. No entanto, a fabricante de aviões manteve todas as metas de produção de médio prazo.

“A confiança nas futuras taxas de produção dos programas de aeronaves comerciais deve ser cada vez maior”, disseram os analistas do RBC.

A Airbus anunciou atraso na nova versão cargueira do jato A350 em cerca de um ano, para o segundo semestre de 2027.

Para 2025, a Airbus previu que o lucro operacional ajustado aumentará para cerca de 7 bilhões de euros, excluindo qualquer impacto das ameaças de tarifas na guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos, mas incluindo a integração da Spirit, em um sinal de que um acordo final para absorver as fábricas relacionadas à Airbus está próximo.

O mercado prevê que a Airbus assumirá o controle de duas fábricas da Spirit que fornecem peças estruturais compostas para o A350 e o A220. A empresa também poderá assumir o controle de uma fábrica menor na Escócia se não for possível encontrar um comprador alternativo.