Igual a mamãe. A Ajinomoto no Brasil está se preparando para seguir os passos da matriz e entrar forte no varejo. Até aqui a empresa só aparecia nas prateleiras com seus conhecidíssimos temperos. Mas vem aí sua linha de refrescos que, somada ao adoçante Mid Sugar, faz nascer uma família de produtos doces para o consumidor final. Segundo o diretor administrativo Júlio Miyamoto, o objetivo a partir de agora será ampliar as vendas nesse mercado, deixando de lado o atual perfil industrial. ?Sabemos que é um setor concorrido, mas percebemos uma oportunidade para aumentar nossa participação no varejo?, detalha Miyamoto. Além do lançamento do refresco, há planos também para o desenvolvimento de uma linha de sobremesas, provavelmente no ano que vem. Para começar a fazer produtos ?doces? a companhia teve de investir R$ 11 milhões, o que incluiu uma nova planta na unidade de Limeira (SP).

Hoje, 60% da receita da Ajinomoto vem das vendas para a indústria, uma grande consumidora do glutamato ? substância extraída do xarope da cana utilizada em alimentos como atomatados, conservas e embutidos. Cerca de 80% do glutamato produzido por aqui é exportado para países da América, Europa, Ásia e África, o que coloca o País numa posição de destaque na corporação, atrás apenas do próprio Japão. Já o segmento do varejo responde por 30% da receita, quase a mesma participação do segmento de nutrição animal, no qual a multinacional também atua. Na matriz japonesa o perfil da empresa é bem diferente. Quase todo o faturamento vem das vendas de produtos que os consumidores podem encontrar nas prateleiras, como o óleo de cozinha, sopa e cereais. Miyamoto procura despistar sobre novas estratégias da Ajinomoto brasileira, mas não está totalmente descartada uma variação ainda maior no mix de produtos, assim como ocorre na matriz. E, quem sabe, até a aquisição de alguma empresa local para facilitar a expansão dos negócios. Tudo, é claro, ainda é apenas uma possibilidade, segundo o executivo.

Quando completar seu primeiro ano, em dezembro, o Midi Sugar deverá somar um faturamento de R$ 7 milhões. A participação ainda é pequena na receita total do grupo, que deve faturar neste ano R$ 350 milhões, mas se for levado em consideração que se trata de um novo segmento para a empresa e que foi lançado há menos de um ano, o potencial desse mercado passa a ser bem atrativo e justifica tamanha atenção dos executivos da Ajinomoto. Tanto assim que durante este ano a companhia deverá investir R$ 40 milhões para modernizar e ampliar sua produção nas três unidades que tem no interior de São Paulo.