14/12/2011 - 21:00
Os olhos e a boca do empresário Alberto Rodrigues não escondem o sorriso ao observar o jogo eletrônico na tela de televisão. Rodrigues, 59 anos, fundador e presidente da paulista Alcateia, maior distribuidora brasileira de produtos de informática, tem motivos de sobra para comemorar. Sua empresa fechou em outubro acordos para distribuir a versão fabricada no Brasil do videogame Xbox 360, da Microsoft, e de toda a gama de equipamentos da Apple – com exceção do iPhone, mas incluindo os iPads que serão fabricados pela taiwanesa Foxconn, em Jundiaí, no interior de São Paulo. Com os novos contratos, o grupo Alcateia deve agregar mais R$ 300 milhões ao seu faturamento anual, hoje no patamar de R$ 1,7 bilhão. A principal arma para atingir essa meta é o barateamento trazido pela fabricação local dos equipamentos.
Olhos no futuro: Carlos Tirich (acima à esq.) e Alberto Rodrigues também planejam operações no mercado brasileiro de smartphones
No caso do Xbox, que passou a ser produzido em Manaus, o preço recuou de cerca de R$ 1.300 das versões que eram trazidas do Exterior para R$ 799. “Queremos multiplicar as vendas do Xbox no Brasil por dez”, afirma Rodrigues. Já o acordo com a Apple começou a ser costurado há seis anos, quando a companhia americana ainda fabricava basicamente os computadores Macintosh. Ao ser concluído, neste ano, passou a incluir também iPods, Macbooks e os tablets. “Miramos no coelho e acertamos no elefante”, diz o diretor comercial da Alcateia, Carlos Tirich. Novamente, a queda de preço deve ajudar nas vendas. A expectativa é de que o iPad nacional custe 30% menos que os R$ 1.600 da versão importada e já esteja nas prateleiras neste Natal.
A Alcateia passou por um longo caminho desde o seu surgimento no porão da casa da família Rodrigues, em 1984, quando produzia pequenos softwares e planilhas. A grande virada veio em 1995, com o contrato para se tornar integradora da Intel no Brasil. A partir daí o crescimento foi rápido. Rodrigues comandou a abertura das novas empresas do grupo, no Rio de Janeiro e em Miami, além de um centro de distribuição no Espírito Santo. Hoje são 380 funcionários, uma rede de 12 mil revendas e 50 marcas distribuídas no País e exportadas para a América Latina. Rodrigues já pensa na sucessão e quer profissionalizar a gestão, mas descarta um IPO agora. Para ele, não há motivo para mudar. “Se não estivéssemos dando certo, não haveria tanta empresa estrangeira querendo nos comprar.”