05/10/2023 - 21:11
Embora os juros ainda estejam elevados no País, o câmbio atual está em patamar adequado para a competitividade brasileira, ressaltou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. Para o vice-presidente, a reforma tributária vai ajudar o setor industrial, desonerando investimentos e exportações, ainda que não seja uma reforma perfeita.
“A reforma tributária não é perfeita, mas ela vai desonerar completamente investimentos e vai desonerar completamente exportação”, resumiu Alckmin, durante o 42º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2023), promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio de Janeiro.
O vice-presidente afirmou que a carga tributária é elevada, e que a indústria está supertributada, mas que o modelo do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) vai ajudar a competitividade do setor, com a desoneração tanto dos investimentos quanto das exportações.
“O câmbio está bom. Em torno de R$ 5,00, R$ 5,10 é um câmbio competitivo”, afirmou Alckmin. “Os juros estão elevados, a curva é de queda, mas (patamar) ainda é muito elevado.”
Ele lembra que o País enfrentou um processo de desindustrialização nos últimos 40 anos.
“É uma desindustrialização precoce. Porque normalmente quando você fica rico, você fica caro. Nós ficamos caros antes de ficarmos ricos. E daí sofremos processo de desindustrialização”, lamentou o líder do MDIC, defendendo uma agenda de resgate de competitividade e produtividade. “É preciso agir na causa dos problemas.”
Segundo ele, o segmento exportador também tem desafios, como a diversificação da pauta de exportação. Alckmin enumerou esforços necessários em diferentes linhas de atuação para aumentar a presença do Brasil no comércio exterior, como intensificar acordos comerciais, via Mercosul, com outros países e blocos; criar uma cultura exportadora que inclua também pequenas empresas e uma “cultura desburocratizante” para os negócios.
“Temos, no Brasil, uma cultura burocrática cartorial”, afirmou. “Nós criamos custos, dificultamos.”
O vice-presidente frisou que o Brasil ainda precisa se valer mais do diferencial competitivo que é possuir a matriz e a produção energética “mais limpa do mundo”, além do grande potencial para sequestrar carbono.
“Só o Brasil tem essa possibilidade de energia renovável”, disse. “Isso vai criar inúmeras oportunidades. E nós temos que estar atentos para oportunidades de investimento, renda e comércio exterior.”