Apontado por analistas como o nome que, pela vitória de aliados, sai  mais fortalecido das eleições municipais encerradas no domingo, 30, o  governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta terça-feira,  1º, que a corrida à Presidência da República não está na agenda política  no momento. Ele destacou, contudo, o desafio de quem vencer as próximas  eleições diante da crise econômica e apontou os caminhos para o País  sair da recessão.

Ao abordar o desempenho na disputa  municipal dos candidatos em que apoiou, Alckmin enfatizou o “bom  desempenho” em São Paulo, especialmente nas grandes cidades do Estado.

“Agora,  é eleição municipal. Eleição nacional, 2018, está fora hoje da agenda e  quem for eleito terá grande responsabilidade porque os tempos são  difíceis”, disse o tucano, acrescentando que comandar o País no momento  em que a atividade econômica recua 3% é totalmente diferente de governar  com crescimento de dois dígitos no Produto Interno Bruto (PIB). Nesse  ponto, usou como referência não a fase de bonança do governo petista,  mas sim o “milagre brasileiro”, como ficou conhecido o período do regime  militar em que a economia, na década de 70, exibia crescimento  vigoroso.

Questionado se teria interesse em ser presidente  do País apesar do cenário adverso, Alckmin respondeu que esse é um tema  para o futuro. Ele citou, porém, possíveis caminhos para vencer a crise:  muita inovação, boa gestão, fazer mais com menos dinheiro, parcerias  com setor privado e estímulos à atividade produtiva. Também considerou  que as eleições viram uma página na política brasileira. “A tarefa agora  é recuperar a economia. Você tem mais de 12 milhões de desempregados e  uma espiral recessiva que precisa ser rompida. O caminho é rigor fiscal,  de um lado, e redução de taxas de juros, câmbio competitivo e reformas  estruturais.”

As declarações ocorreram durante entrevista  do governador a jornalistas, realizada após cerimônia em que foi  anunciado decreto para reduzir a burocracia das atividades de  aquicultura no Estado. Durante o evento, a menção ao desempenho de  Alckmin na corrida pelas prefeituras veio no discurso de um  correligionário, o deputado estadual Barros Munhoz, que falou da  ”consagração” eleitoral do estilo de fazer política do tucano.