04/09/2023 - 16:44
Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 4, que o governo tem um desafio de “exportar mais”, além de incluir empresas menores e a agricultura familiar no mercado internacional. “Precisamos agregar valor e diversificar mais, ter mais destinos”, disse Alckmin, em evento de lançamento da Política Nacional de Cultura Exportadora (PNCE), cujas diretrizes estão em decreto editado pelo governo em julho.
Ao destacar a importância de acordos comerciais na pauta exportadora, o ministro afirmou que a celebração do acordo entre Mercosul e União Europeia está muito próxima.
“Está muito próximo de a gente conseguir celebrar acordo Mercosul-União Europeia. Isso pode nos abrir outras possibilidades”, disse Alckmin, citando eventuais acordos com Canadá e Cingapura.
O ministro fez uma lista de pontos necessários para desenvolver a exportação do País, como o câmbio – classificado como atualmente “competitivo” -, a reforma tributária, a agenda de desburocratização, a neoindustrialização, o desenvolvimento da logística, e a pauta verde, como o mercado regulado de carbono. “Por que a China avançou na América Latina? Com crédito, financiamento. Temos que ter fundo garantidor, o FGE, e crédito. O BNDES já financiou mais que o ano passado interior, para exportação, e não tem risco. Inadimplência no BNDES é de 0,03%”, afirmou.
Acumulado da balança até agosto
Alckmin ainda destacou o resultado acumulado da balança comercial de janeiro a agosto, que teve saldo recorde, apesar da queda dos preços das commodities.
“Estamos indo bem. Estamos batendo recorde de saldo comercial com preço de commodity lá embaixo”, disse o ministro.
Institucionalização da política de exportação
No evento, a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, afirmou que a ideia do PNCE é de fazer com os benefícios do comércio exterior atinjam mais empresas e regiões do País, por meio da institucionalização de uma rede de apoio que já trabalha na pauta atualmente.
“É o aperfeiçoamento e definição de novos instrumentos de apoio, com a ideia de trabalhar com os Estados, na construção de planos que levem em conta as potencialidades locais. O Brasil é muito vasto, se não trabalharmos com os Estados, o esforço de mobilização em prol da exportação não será frutífero”, disse Prazeres, que ressaltou estudo divulgado recentemente pela pasta, segundo o qual apenas 1% das empresas brasileiras – cerca de 25 mil – exportam seus produtos. O recorte, de 2020, apontou, por outro lado, que essas companhias empregam 15% da força de trabalho formal do País.
Prazeres também destacou o resultado da balança comercial, que de janeiro a agosto teve saldo recorde, superando inclusive dados de anos fechados. O superávit foi de US$ 63,3 bilhões. “Nosso desafio agora é fazer com que oportunidades associadas ao comércio exterior atinjam mais empresas”, disse.
Além do desafio de incluir mais empresas no mercado exportador, o governo aponta para a necessidade de manter as companhias nesse setor. Segundo o MDIC, a probabilidade média de uma empresa brasileira começar a exportar em até dez anos de sua abertura é de aproximadamente 1%. A chance é bem menor se considerado o início das atividades – de apenas 0,03% de vender a outros países logo no primeiro ano de atividade.
Já as firmas que conseguem entrar nesse mercado têm cerca de 65% de chance de sobreviver nessa área após o primeiro ano de exportação. “Em termos setoriais, as indústrias extrativas e de transformação se destacam apresentando probabilidades acima da média”, ressaltou o MDIC.