19/08/2025 - 15:42
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu, na 26ª Conferência Anual Santander, em São Paulo, a necessidade de ser criada no Brasil a cultura de se produzir superávits primários, ou seja, de o governo gastar menos do que arrecada. As declarações de Alckmin, nesta terça-feira, 19, são dadas em meio à cobrança do mercado financeiro por um controle de gastos e pelo questionamento da eficácia do arcabouço fiscal, mecanismo de controle das contas públicas adotado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em substituição ao teto de gastos.
Ainda assim, Alckmin afirmou que o governo federal tem compromisso com a responsabilidade fiscal. A questão de saldos positivos no resultado primário, de acordo com o vice-presidente, não deveria ser mais motivo para debates de esquerda ou direita no País, até porque, segundo ele, trata-se de uma questão simples de matemática.
“Gerar superávits primários é a saída para reduzir a relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto), é questão de fazer piscas”, disse ele.
Uma das principais agências internacionais de classificação de risco de crédito, a Fitch, estimou que, se não forem contidos os gastos, a relação entre a dívida e PIB do Brasil deve bater os 79,3% em 2025 e subir a um ritmo anual de 3 pontos porcentuais à frente, enquanto a mediana de outros países com o mesmo nível de crédito é de 53%.
Com o aumento do endividamento, cresce também a percepção de risco de “calote”, e os governos precisam oferecer juros mais altos a investidores ao vender os títulos públicos para financiar o pagamento de suas contas. Com os juros mais altos, toda a economia sofre, tanto consumidores quanto empresas enfrentam crédito mais caro e se retraem, o que ameaça empregos e desestimula investimentos.
Alckmin lembrou que a meta para o ano que vem é de um superávit de 0,25% do PIB e ressaltou que essa meta deveria crescer ano após ano.
“É fundamental termos uma política fiscal rigorosa”, disse Alckmin.