25/10/2022 - 6:50
O governo da Alemanha planeja autorizar uma controversa aquisição de ações chinesas em um terminal portuário de Hamburgo, no entanto, por conta do chanceler Olaf Scholz recusar o bloqueio dessa transação, a participação será reduzida para 24,9%, disse uma fonte governamental nesta terça-feira (25).
Os ministérios interessados “consideram uma limitação a 24,9%” da participação na exploração de um terminal portuário de Hamburgo, em vez dos 35% que o grupo chinês Cosco havia negociado inicialmente, indicou a fonte à AFP.
Seria uma “solução urgente para evitar o pior”, acrescenta a fonte governamental, a qual afirma que “a solução correta” seria uma “proibição total” da transação.
Essa operação é foco de divergências entre a Chancelaria alemã e seis ministérios envolvidos neste assunto, entre eles os de Economia, Interior e Defesa.
De acordo com a mídia alemã, o chanceler Olaf Scholz, ex-prefeito de Hamburgo, se recusa a bloquear este polêmico projeto, que há um ano se opôs a um acordo preliminar.
Limitar a transferência a 24,9% permitiria passar de uma “participação estratégica”, com minoria de bloqueio, para uma “simples participação financeira”, destaca a fonte.
Hamburgo é o primeiro porto comercial da Alemanha e o terceiro da Europa, após Roterdã, na Holanda, e Antuérpia, cidade da Bélgica. Cosco é o primeiro armador chinês.
Segundo Berlim, já existiram participações chinesas em outros portos da Europa Ocidental. Roterdã, Antuérpia e outros portos realmente estabeleceram tais acordos no passado, o que faz Hamburgo temer uma desvantagem competitiva.
Quem se opõe a este projeto acredita que os tempos mudaram.
A União Europeia atribui uma grande importância para a proteção das infraestruturas críticas desde a ofensiva russa na Ucrânia.
A Alemanha é criticada por não considerar as advertências sobre sua dependência do gás russo.
A Comissão Europeia alertou o governo alemão contra o projeto durante a primavera.