06/09/2006 - 7:00
Discretas por ofício, as baterias conseguiram seus minutos de fama no último mês. Saltaram para o estrelato depois que os fabricantes de computadores Apple e Dell anunciaram que alguns de seus laptops ? nada menos do que seis milhões de unidades ? teriam de retornar às fábricas para sanar problemas de superaquecimento em baterias defeituosas, que provocaram incêndios. A Sony, responsável pela fabricação das fontes de energia, estima gastar US$ 255 milhões com o problema. Quem não se lembra também das explosões de telefones celulares da Motorola provocadas pela mesma vilã? Depois da análise, os laudos apontaram que os acidentes foram conseqüência do uso de baterias ou carregadores não originais nos aparelhos. Mas Padmasree Warrior, responsável pela área de tecnologia da Motorola, admitiu que o grande desafio para a indústria de eletrônicos nos próximos anos reside justamente aí, nas baterias. Elas constituem um problema ecológico, podem tornar-se um caso de segurança e, claro, diariamente oferecem frustrações técnicas, devido à rapidez com que se esgotam nos celulares e computadores. ?Temos nos dedicado ao desenvolvimento de novas tecnologias para aumentar a vida útil das baterias?, afirmou Padmasree em recente visita ao Brasil.
O problema das baterias pode ser resumido no seguinte paradoxo: os equipamentos têm funções cada vez mais complexas, exigem cada vez mais energia e tornam-se dramaticamente mais compactos. Mas como as baterias conseguirão suportar tamanha demanda? Um exemplo: os especialistas calculam que os celulares não agüentariam a recepção de um jogo de futebol inteiro, embora a tendência da tevê móvel esteja praticamente na esquina. A indústria clama por novas idéias e soluções, mas os especialistas têm outra visão. ?A atual geração de baterias, tanto para celulares quanto para laptops, só está sendo aproveitada em 50%?, diz Charles Bispo, gerente do Unicoba. Seu grupo fornece baterias de todos os tipos e tamanhos aos maiores fabricantes do País. ?Nos próximos cinco anos a tecnologia não vai mudar.? A geração a qual Bispo se refere é a de Lítium Ion, fabricadas a partir de metais mais leves e fáceis de modelar. Segundo Arthur Isoldi, gerente de notebooks da Lenovo, a evolução das baterias está diretamente ligada ao aprimoramento de outros componentes dos aparelhos. ?Os equipamentos são desenhados para se adaptar à bateria disponível?, afirma. Enquanto a evolução não vem, alguns acessórios emergenciais estão disponíveis no mercado. De bolsas que carregam celulares com a luz solar a baterias descartáveis com tecnologia militar. Tudo é possível. Um desses produtos é a bateria da T-log, que acaba de chegar ao Brasil. Apoiada no princípio que fornece carga para mísseis inteligentes, a T-log tem dimensões de um cartão de crédito e é levíssima. Suporta até duas horas de conversação e custa R$ 19. O melhor: não possui metais pesados em sua composição. ?Os consumidores ainda não têm consciência de que as baterias afetam o meio ambiente?, diz Flávio Guerra, diretor da T-log no Brasil.
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US$ 255 milhões é quanto a japonesa Sony calcula gastar com o recall de |
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