26/07/2022 - 13:51
Por Josh Horwitz e Scott Murdoch
XANGAI/HONG KONG (Reuters) – O Alibaba planeja se listar na bolsa de Hong Kong buscando investidores na China continental, sendo a primeira grande empresa a aproveitar uma mudança de regra no centro financeiro para atrair mais investidores.
A medida da gigante do comércio eletrônico, anunciada nesta terça-feira, ocorre enquanto Washington e Pequim intensificam a investigação sobre as listagens de empresas chinesas, e após uma ampla repressão regulatória na China que puniu o Alibaba com uma multa de 2,8 bilhões de dólares e anulou uma oferta pública inicial (IPO) de sua afiliada Ant Group.
Analistas disseram que a mudança deve dar aos investidores da China continental acesso mais fácil às ações por meio de um link para a bolsa de Hong Kong conhecida como Stock Connect.
“Estar na Stock Connect significa que será mais conveniente para os investidores chineses do continente comprar ações”, disse Louis Tse, diretor administrativo da Wealthy Securities.
Já presente na bolsa de Hong Kong com uma listagem secundária desde 2019, o Alibaba disse que espera que a listagem primária seja concluída até o final de 2022. O presidente-executivo, Daniel Zhang, disse que a listagem dupla promoverá uma “base de investidores mais ampla e diversificada”.
A Bolsa de Valores de Hong Kong (HKEX) mudou suas regras em janeiro para permitir que empresas chinesas inovadoras fizessem uma listagem primárias naquela mercado. O Alibaba já é listado na Bolsa de Nova York.
Sob uma estrutura VIE, uma empresa chinesa cria uma entidade offshore para fins de listagem no exterior que permite que investidores estrangeiros comprem ações.
Simultaneamente ao anúncio de sua listagem primária dupla, o Alibaba disse em seu relatório anual que vários executivos do Ant Group deixaram seus cargos na Alibaba Partnership, um dos principais órgãos decisórios da gigante do comércio eletrônico.
Para permitir a listagem primária dupla, a Bolsa de Valores de Hong Kong exige que as empresas tenham pelo menos dois anos de listagem no exterior e valor de mercado de pelo menos 40 bilhões de dólares de Hong Kong (5,1 bilhões de dólares) ou valor de mercado de pelo menos 10 bilhões de dólares de Hong Kong e receita de pelo menos 1 bilhão de dólares de Hong Kong no ano financeiro mais recente.
(Por Josh Horwitz e Scott Murdoch)