Nesta sexta-feira 19, o chinês Jack Ma pode entrar para a história do capitalismo mundial como o protagonista da maior abertura da capital já realizada. Ao tocar o tradicional sino da Bolsa de Nova York, dará início às negociações dos papéis da empresa que fundou, o Alibaba, em uma operação que pode alcançar US$ 25 bilhões. Se o valor for confirmado, deixará para trás o atual recorde, de US$ 22,1 bilhões, captados em 2010 pelo Banco Agrícola da China.

Confira, a seguir, os principais pontos do IPO:

O que é o Alibaba?

O Alibaba é a maior empresa de comércio eletrônico da China e, em certos aspectos, do mundo. Seu embrião foi o site Alibaba, criado em 1999 por Jack Ma para ser um portal business-to-business para conectar empresas chinesas e fornecedores. Atualmente, o grupo conta com diversas plataformas online de comércio. Seus três principais sites são Taobao, Tmall e Alibaba.com. Sua principal estratégia é ser um marketplace eletrônico, aproximando clientes e vendedores e cobrando comissões pelos negócios fechados. No Brasil, o Alibaba já é o sétimo maior site de e-commerce, à frente de marcas tradicionais do varejo nacional, como o Magazine Luiza.

Quais são os principais números do Alibaba?

Segundo o prospecto do IPO, em 2013, o grupo registrou vendas brutas de US$ 248 bilhões, oriundas de 11,3 bilhões de pedidos. A empresa computou 231 milhões de clientes ativos no ano passado, em mais de 190 países. As vendas via celulares somaram US$ 37 bilhões, o equivalente a 76% de todo o comércio eletrônico movimentado pelos smartphones na China. Cerca de 8 milhões de vendedores ofereceram produtos pelos sites do Alibaba em 2013. Na média, cada comprador realizou 49 encomendas.

Qual será o tamanho do Alibaba, após o IPO?

A empresa de Jack Ma deve ser uma das mais valiosas do mundo. O mercado estima que os papéis serão vendidos por um preço entre US$ 66 e US$ 68 cada. Se o valor ficar no ponto médio desse intervalo, o Alibaba passará a valer US$ 165 bilhões. Será a terceira empresa de internet mais valiosa do planeta, atrás apenas do Google e do Facebook.

Quanto o Alibaba pode obter na abertura de capital?

A operação consiste na venda de 320 milhões de ações, sendo 123 milhões de novos papéis e 197 milhões ofertados pelos acionistas. Se o preço bater o teto de US$ 68 por ação, o IPO gerará US$ 25 bilhões. Se ficar no piso de US$ 66, somará pouco mais de US$ 24 bilhões. Há, ainda, lotes extras nas mãos dos bancos. Se esses lotes não forem vendidos, a cifra ficará entre US$ 21,1 bilhões e US$ 21,8 bilhões.

Quem são os maiores acionistas do Alibaba?

A empresa japonesa Softbank possui 34% da companhia e não planeja vender nenhuma ação no IPO. Com a operação, sua fatia deve ser diluída para 32,4%. Já o Yahoo possui 22,4% do Alibaba e pretende vender uma fatia de 4,9%, equivalente a quase 122 milhões de ações. Jack Ma, o fundador, detém 8,8% e vai vender 0,5%, ou 12,7 milhões de papéis. Já o vice-presidente do conselho de administração, Joseph Tsai, venderá uma fatia de 0,2%, ou 4,3 milhões de ações.

Quais são os bancos que participam da operação?

O consórcio de bancos é composto por Credit Suisse, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JP Morgan Chase, Morgan Stanley e Citigroup.

De onde vem o nome Alibaba?

Em uma entrevista de 2006 ao programa Talk Asia, da rede americana CNN, Jack Ma explicou que seu professor de inglês havia lhe contado a história de Ali Babá e os 40 Ladrões. Em uma viagem a São Francisco, nos Estados Unidos, Ma estava em uma cafeteria, quando intuiu que Alibaba poderia ser um bom nome para a empresa. Então, ele perguntou para a garçonete se ela conhecia a história de Ali Babá. A garçonete respondeu que sim, e que o associava à célebre frase “Abre-te, Sésamo”, com a qual o personagem abria a caverna onde guardava seu tesouro. Ma se animou e saiu pela rua perguntando às pessoas que encontrava se conheciam a história. Diante das respostas positivas, decidiu que este seria o nome do site. Segundo Ma, Ali Babá não é um ladrão, mas uma “espécie de homem de negócios esperto, que ajudou sua vila”. Assim, o Alibaba “abre o Sésamo para as empresas de pequeno e médio porte.”