Papéis avulsos

 

A oferta de ações do frigorífico Marfrig, que injetou R$ 1,05 bilhão na empresa, deve ajudar a aliviar a situação financeira da companhia. Os novos papéis começaram a ser negociados na BM&FBovespa, na quinta-feira 6. Foram ofertadas 131 milhões de ações, vendidas a R$ 8, com um desconto de 11% sobre o valor negociado em bolsa. Os recursos serão destinados para pagar parte das dívidas de curto prazo e para o equilíbrio da estrutura de capital. 

 

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O grupo vem passando por mudanças. No mês passado, foi anunciado que Sérgio Rial, ex-diretor de financeiro da Cargill, irá assumir a função de CEO da Divisão de Negócios Seara Foods e, até janeiro de 2014, também vai substituir o CEO do Marfrig. Marcos Molina, controlador da empresa, ocupa o cargo de presidente do grupo e do conselho de administração. As alterações são vistas como positivas, mas segundo um relatório do BTG Pactual, a empresa continua com um alto índice de alavancagem e uma disponibilidade de caixa apertada, pelo menos para quitar as dívidas de curto prazo. “A mudança é um processo que pode comer ainda mais caixa antes de trazer retornos”, dizem os analistas do banco.

 

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Mineração


Injeção de capital na MMX

 

A MMX, empresa de mineração do Grupo EBX, anunciou um aumento de capital de 349 milhões de ações a R$ 3,92 cada, totalizando uma injeção de R$ 1,36 bilhão. Após o anúncio, e com garantia de que o empresário Eike Batista irá subscrever as sobras de ações, os papéis dispararam na bolsa, fechando na terça-feira 4 com alta de 6,18%. Segundo analistas da Votorantim Corretora, mesmo com o otimismo após o anúncio, as ações da mineradora devem continuar voláteis durante o período de emissão.

 

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Touro x Urso

 

O cenário incerto para as commodities no mercado internacional, derivado das perspectivas de um crescimento fraco na China, deverá continuar afetando o Índice Bovespa nas próximas semanas, atenuando o impacto positivo da desoneração de investimentos definida pelo governo brasileiro.

 

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Saúde


Carlyle fora da Qualicorp

 

O fundo de private equity BHCS FIP, que pertence à gestora americana Carlyle, encerrou, na quarta-feira 5, sua participação acionária na empresa de saúde Qualicorp. Cinco dias antes, o fundo já havia reduzido sua participação na empresa de 23,39% para 5,93%. A última transação representa um total de 15,6 milhões de ações ordinárias da companhia. José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp, segue com 25% das ações.

 

 

 

 

Transportes


Controladoras farão OPA da OHL Brasil 

 

A Abertis e a Brookfield Management, controladoras da OHL Brasil, devem realizar uma oferta de aquisição de ações para comprar o restante dos papéis da companhia em circulação. Atualmente, as duas empresas, juntas, têm 60% das ações da empresa. Segundo as controladoras, a OPA deve assegurar aos acionistas o mesmo tratamento dispensado ao seu antigo controlador. Elas declaram, no entanto, que a oferta “não tem por objetivo promover o cancelamento do registro na CVM ou do registro de negociação das ações na bolsa”.

 

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Destaque no pregão


Estácio não dá férias ao investidor 

 

O grupo educacional Estácio Participações protocolou, junto à Associação das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, um pedido de oferta pública de ações, que pode chegar a um valor estimado de R$ 623 milhões. Segundo a empresa, os recursos da oferta devem financiar a expansão da companhia. No dia do anúncio, os papéis caíram mais de 7%, numa reação normal do mercado quando uma empresa anuncia que vai aumentar o número de ações. No ano, no entanto, a alta acumulada é de 113%. 

 

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Palavra do analista: Segundo Gabriel Ribeiro, analis­ta da UM Investimentos, o aumen­to de capital é positivo.“Espera­mos que os recursos sejam usados na abertura de novos campi e em melhorias”, diz.

 

 

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Mercado em números


Ambev

R$ 580 milhões - É o aporte que a cervejaria vai fazer na nova unidade que será construída em Ponta Grossa, no Paraná, e que tem a capacidade de produzir 7 milhões de hectolitros.

 

TIM

R$ 2,16 bi - É o valor do aumento do limite de crédito do contrato entre a operadora e o BNDES para financiamento dos investimentos da companhia.

 

Braskem

US$ 191 milhões – É o quanto a empresa petroquímica vai investir na construção de uma unidade de polietileno no México, em parceria com a Tecnimont.

 

Direcional

R$ 448,7 milhões – É o valor que a empresa, que fechou contrato com a CEF e o governo do DF, gastará para construir imóveis do Minha Casa Minha Vida em Paranoá.

 

Hypermarcas

R$ 17 milhões - É o valor da venda de uma fábrica de medicamentos da empresa, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, para a Avert.

 

 

 

 

Pelo mundo


Facebook integrará índice Nasdaq 100 

 

As ações do Facebook integrarão o índice Nasdaq 100, a partir de 12 de dezembro. A empresa de Mark Zuckerberg, avaliada em US$ 29,7 bilhões, substituirá a Infosys Limited, de tecnologia da informação. A rede social estreou na bolsa de valores americana em maio de 2012. 

 

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HSBC vende seguradora a grupo tailandês

 

O HSBC vendeu para Dhanin Chearavanont, o homem mais rico da Tailândia, uma fatia de 15,6% da seguradora chinesa Ping An Insurance, por US$ 9,38 bilhões. A empresa do bilionário, a Charoen Pokphand Group, tem como principal atividade a venda de alimentos.

 

 

 

 

Moody’s rebaixa dona de Airbus

 

A agência de classificação de risco Moody’s reduziu a nota de crédito da European Aeronautic Defence and Space (EADS), controladora da fabricante francesa de aeronaves Airbus, de A1 para A2. A justificativa são as mudanças na estrutura acionária empresa, que podem reduzir o nível de apoio dos governos da Europa à companhia.

 

 



Personagem


O crescimento da Suzano

 

Antônio Maciel Neto deixará o cargo de presidente da Suzano no começo de janeiro, após sete anos à frente da companhia. Ele será substituído por Walter Schalka, da Votorantim Cimentos. Antes de deixar o cargo, Maciel diz que o futuro da Suzano está na China, onde há demanda por fibras de celulose de boa qualidade. 

 

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Antonio Maciel Neto: a partir de janeiro, só como conselheiro

 

Seu mandato como CEO da Suzano acaba em janeiro. Que balanço o sr. faz de sua atuação?

Ainda não é o momento de fazer um balanço, pois meu mandato ainda não acabou. Vai até janeiro, quando passo para o conselho. No entanto, o mais positivo é o fato de a Suzano estar cumprindo suas metas.

 

A Suzano investiu grandes cifras em novas fábricas. Quando os resultados devem chegar?

Entre 2014 e 2015 teremos uma geração de caixa muito forte, pois vamos inaugurar a fábrica de Imperatriz, no Maranhão, na qual investimos US$ 2,8 bilhões. Ela produzirá 1,5 milhão de toneladas anuais para os mercados europeu e americano. Os novos investimentos serão balizados pelo consumo chinês, que pode precisar de mais fibras de celulose de alta qualidade. 

 

Por que a empresa espera esse aumento da demanda chinesa?

A China precisa de mais celulose por conta da redistribuição de renda, que impulsiona as vendas de papel higiênico e sanitário, por exemplo. Além disso, a China deve fechar, ao longo dos anos, pequenas fábricas que extraem celulose de casca de arroz e de trigo, cuja fabricação é poluente e gasta muita água. Quando essas fábricas começarem a fechar, vai abrir-se um novo espaço para nós. Estamos falando de um mercado de 20 milhões de toneladas de celulose por ano, mais do triplo do mercado brasileiro.

 

Por que adiar os planos para nova fábrica no Piauí? Há riscos de não haver demanda?

A fábrica no Piauí ficará para 2014. Não haverá problemas para o mercado absorver a produção, pois atualmente trabalhamos acima de 90% da capacidade instalada. 

 

E quanto à Suzano Energia? 

Em 2015, devemos implementar o projeto da Suzano Energia Renovável, cujo custo pode chegar a US$ 1 bilhão. Estão previstas três unidades produtoras de pellets (serragem prensada) para geração de energia na Europa, onde já temos contrato assinado. O que falta é trazer um sócio investidor. 

 

Haverá reajuste de preços no ano que vem?

Sim, a empresa é formadora mundial de preço, e vamos reajustar o valor da celulose entre US$ 20 e US$ 30 por tonelada a partir de 1º de janeiro.

 

 

 

 

Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira