O ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) voltou a afirmar que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, “erra” ao afirmar que ele teria recebido R$ 500 mil da Odebrecht em um esquema para financiar sua campanha eleitoral de 2010. Em petição encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), divulgado na semana passada, Dodge disse que “é fato incontroverso que houve repasse de recursos” para o parlamentar.

“Incontroverso coisíssima nenhuma! O delator não soube dizer quem efetivou o suposto pagamento, nem quando ou onde isso teria ocorrido, nem quem recebeu. O que há é uma mera anotação em uma planilha que indicaria a destinação dessa importância em favor de alguém designado como ‘Manaus'”, escreveu Aloysio no Twitter.

O tucano declarou, por meio do microblog, que quer ser investigado, mas não quer que o inquérito se “eternize”. “Quero ser investigado no inquérito em curso na PF Polícia Federal porque, ao final, não restará dúvida sobre a correção do financiamento de minha campanha.”

Ele destacou que a Constituição contém a garantia da “duração razoável dos processos”. “Eu reivindico a duração razoável dos inquéritos em que sou investigado porque não suporto mais conviver com imputações infundadas de atos ilícitos que não pratiquei.”

Segundo Aloysio, “se a procuradora Raquel Dodge não ficou satisfeita com as informações” que deu em seu primeiro depoimento, em maio, irá novamente à Polícia Federal “independentemente de intimação”. Ele também afirmou que Dodge deve “intimar o quanto antes” o delator Carlos Armando Paschoal, ex-diretor da Odebrecht em São Paulo, além de Rubens Rizek, que foi responsável financeiro da campanha do tucano, para prestar esclarecimentos. “Se ela quer que seja ouvido outra vez o delator Carlos Armando Paschoal, que, por duas vezes, afirmou que eu nunca lhe pedira qualquer contrapartida para providências que tomei no exercício de minhas atribuições de chefe da Casa Civil, que ele seja intimado o quanto antes”, disse o ministro.