A alta produção da Petrobras e a expansão do consumo de biocombustíveis levou o Brasil a importar menos gasolina e diesel em 2023. As refinarias da companhia operam quase em sua capacidade máxima, apontaram especialistas nesta terça-feira, 8.

A importação diesel A (puro) caiu 8,8% no ano passado, ante o recorde registrado no ano anterior, para 14,67 bilhões de litros – apesar de uma expansão acelerada do consumo nos postos do país –, por conta de um aumento na produção nacional e de uma maior mistura de biodiesel no combustível fóssil vendido nas bombas.

As compras externas de gasolina caíram 8,2% no mesmo período, para 4,16 bilhões de litros em 2023, diante de uma queda de competitividade frente ao etanol hidratado, seu principal concorrente nas bombas, além do avanço da Petrobras.

Mesmo assim, as importações de diesel no ano passado somaram o segundo maior volume da série histórica, perdendo apenas para 2022, em um ano marcado também pelo avanço do diesel russo no país, que tomou dos Estados Unidos a posição de principal fornecedor externo do Brasil, segundo dados do governo.

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Expectativas para 2024

Para este ano, a StoneX prevê que as importações de diesel pelo Brasil devem se manter aquecidas, uma vez que o país continua dependente do mercado externo para suprir sua demanda crescente e suas refinarias já operam próximas da capacidade máxima. Entre janeiro e novembro de 2023, cerca de 23,6% do diesel A consumido pelo país veio de importações. Em contrapartida, haverá novo aumento da mistura de biodiesel no diesel de 12% para 14%, reduzindo em parte a necessidade.

Nas projeções, o consumo de diesel B deve registrar um avanço de 1,4% em 2024 frente a 2023, totalizando 66 bilhões de litros, garantido por mais um ano de crescimento do PIB e uma produção de soja e milho que, apesar de se manter abaixo do ano anterior, devem seguir em patamares elevados frente a série histórica.

Gasolina mais cara do que no mercado internacional

A queda do preço do petróleo tornou a gasolina vendida no Brasil 6% mais cara do que no mercado internacional, sinalizando para um possível recuo nos preços das refinarias brasileiras se o preço da commodity se estabilizar no atual patamar. A queda do petróleo pode ser explicada pelo corte de preço anunciado pela Saudi Aramco, indicando uma demanda global menor do que a esperada.

De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), o corte no preço da gasolina no mercado interno poderia ser de R$ 0,16 por litro, valor semelhante ao indicado pela Abicom (Associação Brasileiras dos Importadores de Combustíveis).

O último reajuste da gasolina nas refinarias da Petrobras foi há 81 dias, quando a estatal reduziu o preço do combustível em 4%, ou menos R$ 0,12 por litro. Já o diesel teve duas reduções feitas pela estatal no mês de dezembro do ano passado, sendo a última no dia 27, estando praticamente alinhado com o preço internacional.

Com informações das agências Reuters e Estadão Conteúdo*