O preço do aluguel em Porto Alegre tem disparado nos últimos meses, após a tragédia ambiental que assolou o Rio Grande do Sul, a ponto de a alta na capital gaúcha no acumulado dos últimos 12 meses ultrapassar os 20% – a maior dentre todas as seis capitais pesquisadas pelo Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb.

A alta vem na contramão de capitais que apresentaram pequena alta ou queda no preço do aluguel. A aceleração dos preços na capital gaúcha é inédita na história do ranking, iniciado em 2019.

Porto Alegre lidera valorização no preço

CidadeAgosto/2024Variação mensalVariação em 1 ano
São PauloR$ 64,380,62%9,46%
Rio de JaneiroR$ 41,400,46%11,08%
Belo HorizonteR$ 37,160,80%13,85%
CuritibaR$ 39,99-0,34%15,47%
Porto AlegreR$ 37,143,85%20,38%
BrasíliaR$ 48,612,61%18,46%

 

“Os dados do Índice de Aluguel revelam um cenário de aceleração intensa no mercado de locação em Porto Alegre, reflexo da tragédia que assolou o estado. Com um menor número de imóveis disponíveis e uma alta demanda, especialmente nas regiões mais altas e com menos riscos de inundações, o valor tem disparado em quase todos os bairros da cidade”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.

Em agosto, entre as tipologias analisadas pelo indicador, foram os imóveis de três dormitórios que registraram a maior alta para um mês em toda a série histórica do Índice. Em comparação com julho, o custo médio do metro quadrado das residências com três quartos subiram 3,28%, com o preço médio de R$ 35,29/m².

Os apartamentos de um e dois quartos também tiveram altas expressivas. Em ambas as tipologias, o crescimento do preço acumulado em um ano ultrapassou a barreira dos 20% . Os apartamentos de um quarto foram negociados a uma média de R$ 41,96 o metro quadrado, enquanto aqueles com dois dormitórios fecharam o mês com o custo de R$ 36/m².

Houve valorização em 38 dos 42 bairros pesquisados pelo indicador. Entre as exceções está o bairro do Humaitá, à beira do rio e bastante afetado pelas chuvas. Ele teve a maior queda no período: -2,8%.

Outras capitais

Apesar de o preço continuar subindo na maioria das capitais – a exceção em agosto foi Curitiba -, parte delas vive um processo de estagnação ou desaceleração do valor – diferentemente de Porto Alegre.

Em São Paulo, por exemplo, desde o final de 2023 a alta acumulada em um ano não ultrapassa os 10%, mas também não cai abaixo de 9%.