O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), que tradicionalmente é usado para correção de contratos de aluguel, subiu quase 25% e levantou discussões sobre sua troca por outro índice de inflação.

Especialistas afirmam que o IGP-M poderia ser trocado por outros índices mais ligados aos movimentos de preços que representam o consumo das famílias, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ou o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), por exemplo.

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Já há algumas iniciativas nesse sentido. A empresa QuintoAndar optou por adotar o IPCA para contratos fechados por meio da plataforma. De acordo com a empresa, o objetivo da medida é evitar impactos de distorções do IGP-M para inquilinos e proprietários.

A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), maior entidade representativa do setor no estado de São Paulo, não é a favor da mudança do índice. Para a entidade, o mercado é suficientemente autorregulado e muito maduro para absorver as variações atípicas dos índices e, por isso, não se faz necessária uma mudança. Além disso, a entidade destaca ainda a variação dos índices e afirma que, apesar de o IGP-M estar mais alto atualmente, há momentos em que esse índice fica abaixo do IPCA.

O IGP-M vem acumulando altas seguidas neste ano. Só em novembro, o índice subiu 3,28%, depois de avanço de 3,23% no mês anterior. Neste ano, o IGP-M acumula alta de 21,97% no ano e de 24,52% em 12 meses. O IPCA, considerado a inflação “oficial” do país, tem alta de 2,22% em 2020 até outubro e de 3,92% nos últimos 12 meses. Já o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) teve alta de 1,29% em novembro. Com esse resultado, o índice acumula alta de 7,71% no ano e de 7,86% em 12 meses.

Para quem vai alugar um imóvel, vale a pena perguntar à imobiliária ou ao proprietário se há a possibilidade de alinhar o contrato a outro indicador.