Um estudo da Northwestern University Feinberg School of Medicine, de Chicago, vem mostrando avanços a respeito do Alzheimer, doença neurodegenerativa mais comum em idosos. Segundo o programa criado após a pesquisa, adultos com mais de 80 anos têm a capacidade de memória de indivíduos pelo menos 3 décadas mais jovens. 

O programa descobriu que uma pequena camada do córtex cerebral de pessoas com 80+ tinha maior espessura cortical na ressonância magnética estrutural do que um grupo da mesma idade, mas considerados cognitivamente medianos. Outro dado é que a espessura dessa camada do cérebro era maior do que em adultos mais jovens de 50 a 60 anos de idade, cognitivamente saudáveis. Assim, quem passou dos 80 anos teria um “cérebro mais jovem”.

Droga experimental obtém avanço inédito contra Alzheimer

A partir do estudo, foi criado um programa com os chamados SuperAgers – pessoas a partir dos 80 anos para acompanhar e identificar agentes de proteção que contribuem para um notável desempenho da memória na velhice, incluindo fatores genéticos, de estilo de vida e cerebrais. Pacientes diagnosticados com a doença ainda em fase inicial são público ‘elegível’ para fazer parte do grupo.

Segundo os resultados do estudo Capacidade de memória juvenil em cérebros velhos: pistas anatômicas e genéticas do Northwestern SuperAging Project, a capacidade de memória acima da média pode ser encontrada em idade avançada nas pessoas. Eles também oferecem pistas para potenciais fatores biológicos que podem promover resistência a mudanças relacionadas à idade na estrutura e função do cérebro.

Brasil: projeção mostra 4 milhões de pessoas com a doença em 2050

Um levantamento mostrou que 4 milhões de brasileiros podem ter diagnóstico de doença de Alzheimer em 2050. A projeção é considerada caso medidas de prevenção na Saúde não sejam adotadas. Atualmente, o Ministério da Saúde contabiliza 1,2 milhão de pessoas com a doença.

“Abordagens multifacetadas, incluindo a ampliação de intervenções para lidar com fatores de risco e investir em pesquisas sobre mecanismos biológicos, serão fundamentais para enfrentar os aumentos esperados no número de indivíduos afetados pela demência”, argumenta o estudo da Lancet Public Health, que avaliou os números em mais de 80 países.