Um estudo feito por cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, aponta que a presença em excesso da enzima PHGDH em exames de sangue de pessoas adultas pode ser um sinal precoce do mal de Alzheimer. 

A pesquisa foi liderada pelos professores Sheng Zhong e Xu Chen, e foi publicada nesta terça-feira (3) na revista Cell Metabolism. 

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A descoberta é importante para identificar o desenvolvimento da doença neurodegenerativa ainda em uma fase precoce. Apesar de ainda não ter cura, descobrir alguns sinais antes pode fazer com que sintomas sejam retardados.  

Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de adultos mais velhos e encontraram um aumento acentuado na expressão do gene PHGDH em pacientes com Alzheimer, bem como em indivíduos saudáveis ​​aproximadamente dois anos antes de serem diagnosticados com a doença.

“Agora temos fortes evidências de que as mudanças que vemos no sangue humano estão diretamente correlacionadas às mudanças no cérebro na doença de Alzheimer”, disse Zhong. 

Suplementação pode não ser uma boa ideia 

Um dos principais alertas da pesquisa é o uso excessivo de suplementos com serina. Em estudos anteriores, os cientistas acreditavam que a substância, produzida pelo PHGDH, poderia contribuir para o combate ao Alzheimer.   

Já a nova pesquisa mostra o contrário: com o alto nível da enzima em adultos que desenvolveram a doença posteriormente, a produção da serina pode ser aumentada com o Alzheimer e estar ligada diretamente com a piora do funcionamento do cérebro. 

“Qualquer pessoa que queira recomendar ou tomar serina para mitigar os sintomas de Alzheimer deve ter cautela”, disse o co-autor da pesquisa, Riccardo Calandrelli.