A empresa farmacêutica japonesa Eisai e a norte-americana Biogen anunciaram esta semana o medicamento Lecanemab para o tratamento do Alzheimer. Segundo as empresas, o remédio reduz em 27% o declínio cognitivo de pacientes nos estágios iniciais da doença em 18 meses. Os ensaios clínicos foram realizados com 1.800 pessoas.

“O anúncio de hoje dá aos pacientes e suas famílias a esperança de que o Lecanemab, se aprovado, pode potencialmente retardar a progressão da doença de Alzheimer e proporcionar um impacto clinicamente significativo na cognição e na função”, disse, em nota, Michel Vounatsos, CEO da Biogen. A Eisai e a Biogen enviaram os pedidos de autorização de comercialização do tratamento nos Estados Unidos, Japão e Europa a partir de 2023.

Não há evidência para o uso do Canabidiol no tratamento de Alzheimer, afirmam médicos

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e progressiva causada pela morte das células cerebrais e que provoca a perda de funções cognitivas, como memória, linguagem, planejamento e habilidades visuais-espaciais. A prevalência em pessoas com 65 anos ou mais corresponde a mais da metade dos casos.

Estima-se que cerca de 1,2 milhão de pessoas vivam com alguma forma de demência no Brasil. Os primeiros sintomas podem aparecer alguns anos antes de chamar a atenção dos familiares, com esquecimentos simples, troca de nomes, repetição da mesma história e mudanças no comportamento. A perda de memória recente é o principal sinal de alerta.

Os sintomas aumentam com o passar do tempo e começam a trazer irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo. Nos casos mais graves, há perda da capacidade de realizar tarefas cotidianas. A doença pode vir acompanhada de depressão, ansiedade e apatia. Quanto mais cedo buscar diagnóstico médico, por meio de um neurologista, maiores são as chances de retardar o processo e evitar a evolução rápida da doença.