27/05/2021 - 8:16
A Amazon carimbou seu passaporte para Hollywood. O gigante das compras online fez um acordo de US$ 8,45 bilhões para adquirir a MGM, o estúdio de cinema e TV por trás de James Bond, Legalmente Loira e diversos filmes clássicos, com o objetivo de rechear o Amazon Prime Video com mais conteúdos para as pessoas assistirem. O negócio é a segunda maior aquisição da empresa, depois da compra da rede de supermercado Whole Foods, por quase US$ 14 bilhões, em 2017.
O acordo, que estava em discussão desde o início do ano, é o mais recente na indústria de mídia que visa a impulsionar os serviços de streaming para competir com Netflix e Disney+. No último dia 17, a AT&T concordou em combinar seus ativos da WarnerMedia (dona da HBO e da HBO Max, além dos estúdios New Line e Warner Bros.) com a Discovery e formar um novo grupo de US$ 150 bilhões.
A Amazon, fundada por Jeff Bezos, não diz quantas pessoas assistem a seu serviço Prime Video. Mas mais de 200 milhões têm acesso a ele porque se inscreveram como membros Prime, o que lhes dá remessa mais rápida e outras vantagens em compras online. Além do Prime Video, a Amazon também tem um serviço de streaming gratuito chamado IMDb TV, que tem venda de publicidade.
A compra dá à Amazon acesso a mais filmes, shows e personagens famosos, além do canal a cabo Epix, da MGM. “O valor financeiro real por trás desse negócio é o tesouro no catálogo profundo que planejamos reimaginar e desenvolver junto com a talentosa equipe da MGM. É muito emocionante e oferece muitas oportunidades para contar histórias de alta qualidade”, disse o vice-presidente sênio da Prime Video e Amazon Studios, Mike Hopkins.
Legado
Conhecido pelo logotipo do leão que ruge, a MGM é um dos mais antigos estúdios de Hollywood, fundado em 1924, quando os filmes ainda eram mudos. A MGM tem um catálogo de títulos, incluindo as franquias dos personagens James Bond, Rocky e Creed; produções como Nasce uma Estrela, Robocop e O Silêncio dos Inocentes; e séries como Stargate, Vikings e The Handmaid’s Tale.
A MGM foi criada a partir da fusão de três negócios cinematográficos: a Metro, a Goldwyn e a Louis B. Mayer. Depois de produzir dezenas de clássicos – entre eles …E o Vento Levou, O Mágico de Oz e Ben-Hur -, a companhia começou a perder força a partir dos anos 1960.
Desde então, trocou de dono diversas vezes. Mesmo assim, acabou adquirindo outros ativos ao longo do tempo, que detém até hoje, como a Orion Pictures e a United Artists. Em 2009, enfrentou um processo de falência nos Estados Unidos, do qual saiu, ainda combalida, dois anos mais tarde.
No entanto, graças a grandes propriedades cinematográficas, o estúdio ainda continua a ser um negócio importante – entre os filmes que estão prontos para ser lançados está o novo filme de James Bond – No Time to Die, despedida de Daniel Craig da série -, cujo lançamento nos cinemas foi adiado por causa da pandemia de covid-19. Outra estreia programada é de Respect, biografia da cantora Aretha Franklin com a vencedora do Oscar Jennifer Hudson.
A expectativa é que a “janela” entre a exibição desses filmes nos cinemas e na plataforma Amazon Prime fique mais curta – ou, em alguns casos, simplesmente desapareça.
A Amazon tem seu próprio estúdio, mas acabou alcançando resultados mistos. Duas de suas séries, The Marvelous Mrs. Maisel e Fleabag, ganharam o Emmy de melhor série de comédia. No entanto, muitos de seus filmes não conseguiram atrair o público nas bilheterias.
O negócio, que está sujeito às aprovações habituais de órgãos reguladores, tornará a Amazon, já uma das empresas mais poderosas e valiosas do mundo, ainda maior. Reguladores em todo o mundo estão examinando as práticas de negócios da empresa, especificamente a forma de utilização dos dados de parceiros que vendem produtos em seu site. Hoje, a companhia valemais de US$ 1 trilhão na Bolsa. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.