A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio comprados pelos EUA, tem potencial de afetar “significativamente” as exportações brasileiras nesses setores, alertou a Amcham Brasil nesta terça-feira, 11, em nota sobre a determinação do republicano. A entidade declarou ainda esperar que os governos brasileiros e dos Estados Unidos busquem uma solução negociada para preservar o comércio bilateral.

A Amcham Brasil chama atenção para o fato de a indústria siderúrgica brasileira possuir significativo grau de integração com os EUA. Com as sobretaxas, há o risco de redução das importações brasileiras de produtos que são produzidos pelos norte-americanos.

O aço brasileiro é um insumo estratégico para a indústria americana, argumentou. O Brasil, por sua vez, importa um volume relevante de bens fabricados com aço nos Estados Unidos, incluindo máquinas e equipamentos, peças para aeronaves, motores automotivos e outros bens da indústria de transformação.

“Com as sobretaxas, há o risco de redução das importações brasileiras desses produtos de origem norte-americana”, afirmou a Amcham, ainda segundo quem, em 2024, empresas brasileiras importaram US$ 1,4 bilhão em carvão siderúrgico americano, utilizado para a produção do aço no Brasil.

A Amcham Brasil é a maior entidade multissetorial do País e a maior Câmara Americana de Comércio fora dos Estados Unidos. Fundada em 1919, atua, entre outros objetivos, no aprofundamento das relações econômica e comercial entre o Brasil e os Estados Unidos.

Na nota divulgada nesta terça, a Amcham lembra também que, no ano passado, o Brasil exportou mais de US$ 5,7 bilhões em aço e ferro para os Estados Unidos, principal destino das exportações brasileiras. No mesmo ano, o Brasil exportou US$ 267 milhões em alumínio para o mercado americano, equivalente a 16,7% das vendas globais brasileiras.

“A Amcham Brasil espera que os governos do Brasil e dos Estados Unidos busquem uma solução negociada para preservar o comércio bilateral, que tem registrado recordes nos últimos anos, com ganhos para ambas as economias e expressivo superávit para o lado americano. De acordo com as estatísticas americanas (US ITC), os Estados Unidos registraram superávit de US$ 7,3 bilhões com o Brasil em 2024, um aumento de 31,9% em relação a 2023. Esse valor representa o sétimo maior saldo dos Estados Unidos com um parceiro individual naquele ano”, concluiu a entidade.