O pai de todos os concertos humanitários. Assim pode ser definido o show organizado pelo beatle George Harrison (1943-2001) em 1º de agosto de 1971 no Madison Square Garden de Nova York. O Concerto para Bangladesh reuniu numa única noite estrelas como Ringo Starr, Bob Dylan, Eric Clapton, e Ravi Shankar, o pai da idéia. Apenas com a venda de ingressos foram arrecadados
US$ 250 mil para apoio dos refugiados de Bangladesh, o antigo Paquistão Oriental, que escapavam para a Índia diante das perseguições políticas. A fome grassava no país. O dinheiro amealhado, pequeno diante do que se conseguiu em outros eventos do gênero (leia quadro abaixo), pôs aquela região no mapa e inaugurou a saudável onda da arte a serviço da benemerência. Parecia história encerrada, marco de um tempo em que os cabelos longos escondiam belas iniciativas com um pequena ajuda dos amigos.

Deu-se, recentemente, uma virada. Depois de intenso trabalho de recuperação, foi lançado uma caixa com a íntegra do concerto em DVD (US$ 45 na Amazon). De uma hora para outra, Bangladesh voltou a receber dinheiro. Estima-se que outros US$ 15 milhões sejam destinados ao país com as vendas atuais. Para organizar o fluxo de dólares, acaba de ser criada o Fundo George Harrison, com apoio da Unesco e de sua viúva, Olívia. A idéia é prosseguir nas ofertas a Bangladesh mas também a outras nações. ?George estaria orgulhoso?, diz Eric Idle, membro do grupo de humor Monty Python e amigo do autor de Something. ?Ele permitiu que nomes como Bob Geldof, com o Live Aid, e Bono Vox, hoje, brotassem como benfeitores por meio do rock?.

A arte de benemerência
Os rendimentos dos três principais shows humanitários da história

The Concert for Bangladesh
1º de agosto de 1971
Doações: Bangladesh
Arrecadação*: US$ 250 mil

We Are The World
7 de março de 1985
Doações: Etiópia
Arrecadação: US$ 50 milhões

Live Aid
13 de julho de 1985
Doações: Etiópia