07/07/2025 - 11:18
Você já parou para pensar no que acontece nos bastidores de uma compra digital? Entre o clique do cliente e a aprovação do pagamento, existe uma verdadeira corrida tecnológica acontecendo em milésimos de segundo. Para tornar essa experiência cada vez mais fluida, as empresas têm concentrado esforços na chamada análise em tempo real, uma tecnologia que transforma dados em respostas imediatas e já se tornou aposta neste mercado onde cada detalhe conta.
E para levar essa agilidade a outro nível, o Real-Time Analytics passou a ser aliado ao Edge Computing. Essa outra tecnologia aproxima o processamento dos dados do local onde as transações acontecem (como maquininhas, celulares ou outros dispositivos) acelerando ainda mais o retorno, reduzindo falhas e aumentando a eficiência tanto para as empresas quanto para os consumidores.
A combinação dessas duas soluções vem transformando a forma como as empresas operam dentro do ecossistema financeiro. Segundo levantamento da Number Analytics, instituições que implementaram essas tecnologias conseguiram reduzir em 69% o tempo de processamento das transações. Com o processamento acontecendo mais próximo da origem dos dados, o tempo de resposta também caiu drasticamente, com uma redução de 91% na latência, ou seja, menos tempo entre o clique do cliente e a resposta do sistema.
Para Helessandro Trajano, Gerente de Riscos da empresa de meios de pagamento Entrepay, a adoção dessas tecnologias dita uma nova fase do mercado. “O que estamos vendo é o início de uma nova arquitetura digital para o setor financeiro. As empresas precisam acompanhar esse movimento não apenas pela agilidade, mas para se preparar para o volume e a complexidade de dados que o futuro vai exigir”, analisa.
E o impacto vai além da velocidade. A possibilidade de cruzar dados em tempo real e agir de forma automatizada abriu novas portas para personalização de serviços, combate preventivo a fraudes e melhoria da eficiência operacional. Não por acaso, a consultoria global Gartner, referência em tecnologia e inovação, projeta que até o fim deste ano 75% dos dados gerados pelas empresas serão criados e processados fora dos data centers tradicionais ou da nuvem, consolidando o uso do Edge Computing na estrutura de negócios.
Apesar dos avanços, Trajano reforça que o maior risco é acreditar que a tecnologia sozinha resolve todos os problemas. “Não existe solução mágica. O verdadeiro desafio está em combinar análise em tempo real com visão crítica, protocolos bem definidos e uma cultura corporativa que compreenda o risco como parte da operação. Só assim é possível evoluir sem abrir brechas”, finaliza.