Os empreendedores costumam dizer que existem oportunidades em qualquer mercado. No entanto, que nem sempre se encontra são pessoas dispostas a correr o risco de apostar em novidades, ou de investir em soluções criativas para resolver problemas simples, mas que perduram por anos a fio. Esse não parece ser o caso da Anauger, fabricante de bombas hidráulicas, baseada na cidade de Itupeva (SP). A empresa foi a pioneira no desenvolvimento de um equipamento movido a energia solar. “Nosso objetivo foi criar uma opção capaz de atender as necessidades de comunidade isoladas com um produto inovador”, afirma Marco Aurélio Gimenez, diretor comercial da  Anauger.

O executivo conta que a empresa começou a apostar nesta vertente em 1990, quando projetos do gênero ainda eram considerados exóticos, até mesmo nos Estados Unidos. Colaborava para isso o elevado custo da tecnologia solar, além do baixo desempenho das placas fotovoltaicas. Por conta disso, a patente foi requerida apenas em 2006. Agora, a expectativa é recuperar o tempo e os investimentos de US$ 1 milhão feitos no produto, graças à combinação de dois fatores: o aumento do custo da energia elétrica para o consumidor individual e a disseminação dos projetos baseados na radiação solar. “Não basta o produto ser sustentável, ele tem de ser economicamente viável do ponto de vista do cliente”, diz.

De acordo com Gimenez, um sistema básico composto de bomba e placas fotovoltaicas custa R$ 2,5 mil e se paga em até seis anos. Como o equipamento tem vida útil estimada em 25 anos, ele diz que compensa até mesmo para quem mora na periferia dos centros urbanos, mas se encontra distante dos pontos de energia convencional. “A partir de 300 metros de distância da rede elétrica, nosso sistema já é recomendado.”

A Anauger é fruto do investimento de três amigos, Andree Voyagioglou, Aurélio Pastori e Gerônimo Pastore, cujas inicias foram usadas para batizar a pequena fabricante de bomba, criada em 1967, em São Bernardo do Campo, na região do ABC. A pequena oficina cresceu e, hoje, desponta como uma das maiores do setor na América Latina, com faturamento de R$ 100 milhões, em 2014, e que se notabilizou pela criação da bomba-sapo, equipamento compacto usado em poços artesianos. Em 48 anos, a empresa já comercializou cerca de 10 milhões de bombas de todos os tipos.

Apesar da timidez dos clientes em relação às bombas solares, que representam somente 5% das vendas totais, o diretor da Anauger diz que a empresa não pretende desistir desse filão. Ao contrário. O objetivo é intensificar as apostas em novos produtos da chamada linha sustentável, de olho no agronegócio. “Estamos trabalhando em modelos de grande capacidade para as empresas agrícolas e agropecuárias.”


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