02/02/2023 - 11:52
Afastado do cargo de secretário de Segurança do DF após atos golpistas no dia 8 de janeiro, Anderson Torres depõe nesta quinta-feira (2) a Polícia Federal, no 4º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal. Com a defesa principal de Rodrigo Roca, o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro ficou em silêncio da última vez que esteve diante das autoridades.
Desta vez, a estratégia do silêncio pode mudar. Torres, que teve uma minuta com ameaças de golpe encontradas em sua casa no último dia 10 de janeiro, deve focar no documento e dizer que não se recorda sobre se ‘entregou ou produziu’ o conteúdo, segundo apurou a colunista Juliana Dal Piva.
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A minuta continha informações sobre decretar estado de defesa na sede do TSE, para reverter o resultado da eleição após vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a apreensão do documento, Torres chegou a afirmar que ele foi vazado fora de contexto.
“Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP [Ministério da Justiça e Segurança Pública]. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá”, escreveu em sua conta no Twitter.
O mesmo documento foi citado por Marcos do Val, senador filiado ao Podemos. Ele declarou que recebeu uma proposta de Daniel Silveira, preso nesta quinta-feira, para participar de ações antidemocráticas. Segundo o parlamentar, que pediu afastamento do cargo, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria participado da conversa e o pressionado a participar.
No diálogo, Do Val foi encorajado a participar de atos como não desmobilizar acampamentos golpistas e de gravar conversas do ministro Alexandre de Moraes. ‘Nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte, e você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa para dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso'”, relatou o senador ao G1.