O Presidente do Conselho de Administração do BTG Pactual, André Esteves, enxerga que o Brasil teve melhoras institucionais o suficiente para que o avanço econômico dependa menos de quem detém a faixa presidencial.

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Durante o Bloomberg New Economy at B20, evento que ocorre em São Paulo nesta quarta-feira (23), o executivo do BTG Pactual defendeu que o Brasil teve avanços significativos ‘nessa e na antiga administração’. Nessa toada, André Esteves citou privatizações e reformas recentes.

“Com Lula fizemos uma reforma tributária, na gestão Bolsonaro tivemos a reforma da previdência. Às vezes reclamamos de algo, mas a verdade é que evoluímos muito institucionalmente; estamos tendo e teremos avanços independentemente de quem esteja no poder”, disse.

“Nesse sentido muita coisa aconteceu no Brasil, tivemos uma série de privatizações e concessões. Privatizamos três das seis maiores estatais: a Sabesp há poucos meses, no ano passado a Copel e anteriormente a Eletrobras, que era nossa terceira maior empresa estatal, e a verdade é que sociedade tem tido uma avaliação positiva disso”, completou.

Independência do Banco Central

Em suas falas, Esteves também citou a independência do Banco Central (BC) como um avanço institucional relevante.

Ao ser indagado sobre uma eventual intervenção do executivo na autoridade monetária, o banqueiro foi categórico em dizer que isso está fora do radar.

“A atuação do Banco Central será estritamente técnica e eu não tenho dúvidas disso”.

Onde o governo Lula acertou e errou

Questionado sobre os acertos do atual governo, o banqueiro declarou que “Haddad está fazendo um bom trabalho”.

A sua visão é de que o ministro da Fazenda tem identificado as necessidades mais urgentes de uma estrutura fiscal.

“Devo lembrar que recebemos um ‘upgrade’ das agências de risco e estamos a um passo do investment grade [grau de investimento]. Tivemos um passado sem disciplina fiscal e agora temos que entregar resultados melhores. Haddad está ciente disso”.

Sobre os erros do Governo Lula, Esteves disse que ainda é cedo para cravar algo, mas não deixou de tecer um comentário sobre o que acha necessário vindo de Brasília: na sua visão, é necessário calibrar políticas sociais para reduzir o gasto público.

“No Brasil criamos o suporte social, uma rede de renda básica que é excelente, uma conquista do Brasil. Mas agora que temos o desemprego mais próximo de zero, temos que aliviar essas políticas e manter um fluxo de entrada no mercado de trabalho”, disse André Esteves.