Da formação em engenharia, passando pelo agronegócio e chegando até uma companhia que ajuda empresas a mapear a saúde e o bem-estar dos funcionários. A trajetória de Andre Litmanowicz mostra o perfil de um executivo inquieto, que se levanta da cadeira enquanto fala de sua nova empreitada à frente da Healthy Place to Work no Brasil. 

A empresa usa dados de pesquisa para medir de forma objetiva a saúde dos funcionários, baseada em pilares como saúde mental, saúde física e conexão.

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“A companhia tem um propósito de criar organizações mais saudáveis. Como eu posso não ficar empolgado com isso?”, comemora o executivo. 

Começo de carreira como consultor

Com formação em engenharia e especialização em economia com foco em marketing, Litmanowicz conta que, logo após a faculdade, a sua carreira foi para a área da consultoria para empresas. Primeiro, ainda nos anos 1980, atuou com a parte de subestações elétricas e computadores. Depois, ganhou mais know-how na área do agronegócio e de sustentabilidade dentro da sua própria consultoria. 

“O desafio que eu tive como profissional e a oportunidade que eu tive foram muito grandes. Trabalhar com grandes empresas, com seus problemas, me fez aprender muito sobre metodologias, a vida real e as dificuldades de cada uma”, explicou. 

O reencontro com as pessoas

Por trabalhar próximo da área do agronegócio, em 2013 André foi convidado para voltar ao ambiente corporativo como executivo. Ele entrou na Guabi, empresa de nutrição e saúde animal, como diretor de estratégias. Sem ter conhecimento em animais, o executivo percebeu que liderar uma equipe de zootecnistas não seria tarefa fácil e que a gestão de pessoas seria parte essencial do seu trabalho.  

“Eu tive que lidar com pessoas. Era todos os dias lidando com pessoas de diversos tipos. Então, as ideias dos projetos, a estruturação e as estratégias eram uma linguagem comum que eu tinha domínio, só que traduzir isso, fazer as coisas e buscar o resultado era o desafio”, lembra. 

Ele também destaca outro ponto que o fez valorizar o contato pessoal: a nova rotina longe da cidade grande, em que sobrava mais tempo para conversar com os funcionários durante grandes deslocamentos. 

“Aprendi a viver o mundo das distâncias, onde 250 quilômetros é um pulo. Durante o deslocamento você está com mais três, quatro pessoas no carro e vai conversando, e essas eram as melhores reuniões. Conversávamos sobre cliente, qual era o problema do produto ou até mesmo conversas pessoais. Foi nessa época que eu me apaixonei mesmo pelas pessoas”, explicou. 

Empresas podem ganhar investindo na saúde dos funcionários 

Foi essa paixão por pessoas que fez André voltar para o mundo das consultorias, dessa vez como o CEO da Health Place To Work no Brasil. A empresa usa dados das próprias companhias para mapear os principais problemas de saúde dos funcionários, passando pela saúde física, resiliência mental e conexão pessoal. 

Litmanovich afirma que, muitas vezes, para implementar uma política mais eficaz de saúde e bem-estar aos seus funcionários, as empresas não precisam gastar tanto e acabam ganhando com um funcionário saudável e valorizado. 

“Pessoas são um pilar estratégico da organização, mas não é só a pessoa, é a saúde e o bem estar dessa pessoa. E a organização tem que investir e cuidar desse pilar. Vai ter que ter um budget para essas coisas, mas é dinheiro bem investido”, encerrou.