04/09/2025 - 16:12
São Paulo, 4 – A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) projetou embarques de 6,75 milhões de toneladas de soja em setembro, crescimento de 30,8% ante os 5,16 milhões de toneladas exportadas no mesmo mês de 2024. O volume representa desaceleração ante os 8,12 milhões de toneladas embarcadas em agosto, refletindo a sazonalidade típica da oleaginosa com o avanço da entressafra.
A partir de setembro, a exportação de soja tende a arrefecer conforme padrão histórico, abrindo maior espaço para o escoamento do milho safrinha (segunda safra). No acumulado até agosto, o Brasil já exportou 94,6 milhões de toneladas de soja, mantendo a trajetória para o recorde projetado de 110 milhões de toneladas em 2025.
Para o milho, a Anec estima embarques de 6,37 milhões de toneladas em setembro, ligeira queda de 2,9% em relação aos 6,56 milhões de toneladas exportadas em setembro do ano passado. O volume mantém o ritmo robusto da janela de exportação do cereal safrinha, que já acumula 23,3 milhões de toneladas embarcadas até agosto, alta de 36,7% ante igual período de 2024.
A colheita da segunda safra de milho alcançou 97% até a última semana de agosto, superando a média dos últimos cinco anos (93,2%). Com a maior disponibilidade do cereal, países tradicionais importadores como Egito, Vietnã, Irã, Coreia do Sul e Japão intensificaram suas compras, aproveitando a competitividade dos preços do milho brasileiro.
Para o farelo de soja, a estimativa indica 1,94 milhão de toneladas em setembro, crescimento de 19,8% ante 1,62 milhão de toneladas embarcadas em setembro de 2024. O volume consolida a recuperação do derivado após períodos de menor demanda, com acumulado de 15,3 milhões de toneladas até agosto.
A China mantém-se como principal destino das exportações brasileiras de soja, absorvendo 78% do total embarcado até agosto. Em agosto, 84% dos 8,12 milhões de toneladas de soja tiveram como destino os portos chineses, porcentual acima da média histórica de 74%, devido à manutenção das tarifas sobre a soja americana.
Entre outubro e dezembro, a expectativa é de embarcar cerca de 16 milhões de toneladas de soja, consolidando a projeção de um volume recorde de 110 milhões de toneladas em 2025. A China ainda não retomou as compras de soja americana devido às tarifas, mantendo suas aquisições concentradas no Brasil e na Argentina.
O line-up dos portos para a primeira semana de setembro prevê embarques de 2,30 milhões de toneladas de soja, com destaque para Santos (377 mil t), Paranaguá (213 mil t) e São Luís/Itaqui (184 mil t). Para o milho, estão programadas 1,88 milhão de toneladas, lideradas por Santarém (573 mil t), Santos (213 mil t) e Vitória (184 mil t). O farelo de soja deve registrar 573 mil toneladas na primeira semana de setembro, com Santos (120 mil t), Paranaguá (100 mil t) e Vitória (40 mil t) respondendo pelos maiores volumes programados.
Na semana anterior (24 a 30 de agosto), os embarques somaram 1,05 milhão de toneladas de soja, 616 mil toneladas de farelo e 1,54 milhão de toneladas de milho. Os principais volumes de soja saíram por Santos (98 mil t), Paranaguá (66 mil t) e São Francisco do Sul (67 mil t), enquanto o milho se concentrou em Santos (230 mil t), Vitória (194 mil t) e São Luís/Itaqui (19 mil t).
No acumulado de janeiro a setembro, considerando as projeções para o mês, o Brasil deve atingir 101,35 milhões de toneladas de soja exportadas, 19,19 milhões de toneladas de farelo de soja e 29,68 milhões de toneladas de milho. O volume total de produtos (soja, farelo, milho e trigo) pode chegar a 151,8 milhões de toneladas no período, crescimento de 13,4% sobre o mesmo período de 2024. O total combinado de exportações em setembro deve atingir 15,06 milhões de toneladas, representando alta de 12,4% sobre os 13,35 milhões de toneladas embarcadas em setembro do ano passado.