08/08/2025 - 12:27
São Paulo, 8 – A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) atualizou as projeções de exportação para agosto, indicando um volume entre 7,80 milhões e 8,50 milhões de toneladas de soja em grão, com média de 8,15 milhões de toneladas aplicada nos cálculos. O volume representa recuo de 32,4% ante os 12,02 milhões de toneladas embarcadas em julho, mas permanece 2,2% acima dos 7,98 milhões de toneladas exportadas em agosto de 2024, refletindo a sazonalidade típica da oleaginosa.
A partir de agosto, a exportação de soja tende a desacelerar conforme padrão histórico, abrindo espaço para o escoamento da segunda safra de milho. No acumulado até julho, o Brasil já exportou aproximadamente 80 milhões de toneladas de soja, mantendo a trajetória para o recorde projetado de 110 milhões de toneladas em 2025.
Para o milho, a Anec estima embarques entre 7,16 milhões e 8 milhões de toneladas em agosto, com média de 7,58 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume representará crescimento robusto de 61% em relação aos 4,71 milhões de toneladas exportadas em agosto do ano passado, sinalizando o início da janela de exportação do cereal safrinha.
A colheita da segunda safra de milho avançou para 75,2% até a primeira semana de agosto, ritmo inferior aos 91,3% registrados no mesmo período de 2024. Com o progresso da colheita, países tradicionais importadores como Egito, Vietnã, Irã, Coreia do Sul e Japão costumam intensificar suas compras nesta época do ano, aproveitando a maior oferta e preços mais competitivos do milho brasileiro.
Para o farelo de soja, a estimativa indica 1,74 milhão de toneladas em agosto, queda de 18,6% ante 2,13 milhões de toneladas embarcadas em julho. O volume permanece abaixo dos 2,10 milhões de toneladas de agosto de 2024, refletindo menor demanda pelo derivado.
Na primeira semana de agosto (3 a 9 de agosto), o line-up de embarques prevê 2,68 milhões de toneladas de soja, com destaque para Santos (763 mil t), São Luís/Itaqui (366 mil t), Paranaguá (359 mil t) e Vitória (338 mil t). Para o milho, estão programadas 1,71 milhão de toneladas, lideradas por Santarém (290 mil t), Barcarena (213 mil t) e São Luís/Itaqui (112 mil t).
O farelo de soja deve registrar 399 mil toneladas na semana, com Santos (129 mil t), Aratu/Cotegipe (120 mil t) e Barcarena (90 mil t) respondendo pelos maiores volumes.
Na semana anterior (27 de julho a 2 de agosto), os embarques somaram 2,36 milhões de toneladas de soja, 413 mil toneladas de farelo e 1,72 milhão de toneladas de milho. Os principais volumes de soja saíram por Santos (595 mil t), Paranaguá (461 mil t) e São Luís/Itaqui (407 mil t), enquanto o milho se concentrou em Santarém (259 mil t), Barcarena (118 mil t) e São Francisco do Sul (134 mil t).
A Agroconsult estimou a safra brasileira de milho 2024/25 em 150 milhões de toneladas, impulsionada pelos excelentes resultados da segunda safra, responsável por mais de 123 milhões de toneladas. Com isso, o potencial de exportação do cereal foi reajustado para 45 milhões de toneladas, volume que deverá se concretizar no segundo semestre.
No acumulado de janeiro a agosto, considerando as projeções para o mês, o Brasil deve atingir 87,91 milhões de toneladas de soja exportadas, 15,09 milhões de toneladas de farelo de soja e 17,21 milhões de toneladas de milho. O volume total de produtos (soja, farelo, milho e trigo) pode chegar a 121,68 milhões de toneladas no período, crescimento expressivo sobre o mesmo período de 2024.
O total combinado de exportações em agosto deve atingir entre 16,70 milhões e 18,24 milhões de toneladas, com média de 17,47 milhões de toneladas, representando queda de 5,9% sobre os 18,52 milhões de toneladas embarcadas em agosto do ano passado, reflexo da transição sazonal entre soja e milho.
A Anec ressalta que os volumes podem sofrer alterações até o fim do mês em virtude de condições específicas de cada porto, bem como fatores climáticos e logísticos. Entre setembro e dezembro, a expectativa é de exportar mais 22 milhões de toneladas de soja, consolidando a estimativa recorde de 110 milhões de toneladas em 2025.