29/06/2021 - 11:32
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nesta terça-feira (29) aumentar o valor da bandeira vermelha patamar 2 a partir de 4 julho em 52%. Em função da crise hídrica que afeta o Sistema Interligado Nacional (SIN), o valor atual de R$ 6,24 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) aumentou para 9,49.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a capacidade dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste deve chegar em novembro com 10,3% da capacidade – a partir de 7,5% há possibilidade de colapso e falhas de fornecimento, os chamados “apagões”. O contexto de redução da capacidade hidrelétrica pressiona o aumento da tarifa enérgica, uma vez que os custos do risco hidrológico (GSF) e o preço da energia no mercado de curto prazo (PLD) são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira acionada.
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O funcionamento das bandeiras tarifárias é simples: as cores verde, amarela ou vermelho (patamares 1 e 2) indicam quanto a energia vai custar. No entanto, a crise hídrica fez o governo acionar o uso de energia termelétrica, mais cara e poluente – para isso, o Ministério de Minas e Energia estima custo de RS$ 9 bilhões, que será repassado ao consumidor.
A energia elétrica é um dos itens de maior peso na inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), respondendo por 4,24% da cesta de consumo. O teto da meta de inflação deste ano está em 5,25%.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou nesta segunda-feira (28) o racionamento de eletricidade no Brasil, mas pediu que haja consumo consciente para que impactos ao cotidiano da população sejam minimizados. É importante que os consumidores participem do esforço contra a crise hídrica evitando desperdícios.
“O uso consciente e responsável de água e energia reduzirá consideravelmente a pressão sobre o sistema elétrico, diminuindo também o custo da energia gerada”, afirmou o ministro.
De acordo com dados da Agência Nacional de Águas (Ana), 67,2% do consumo hídrico nacional ocorre no agronegócio, por meio de irrigação. Outros 11,1% da água são usados para criação animal, 9,5% pela indústria e apenas 8,8% para abastecimento urbano.