27/07/2024 - 17:01
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis (ANP) estuda a inclusão de 72 blocos terrestres da bacia Sergipe-Alagoas na Oferta Permanente da agência, segundo apresentação feita esta semana na Sergipe OIl & Gas 2024. A bacia é uma das apostas para dobrar a produção de gás natural no Brasil até 2030.
Atualmente, a produção de gás natural no Brasil gira em torno dos 153 milhões de metros cúbicos diários (m3/d), sendo que metade é reinjetada e 10% usada para consumo próprio das produtoras. Para o mercado consumidor sobra 34% desse total, ou 52 milhões de m3/d.
Em Sergipe, a Petrobras está desenvolvendo o projeto Sergipe Águas Profundas I e II (Seap I e II), que consiste em sete campos de produção e previsão de produção de 18 milhões de m3/d, a partir de 2028. A demora da licitação das duas plataformas que serão instaladas no local, porém, pode alterar essa data. Em junho, apenas uma empresa se interessou pelo negócio e a licitação precisará ser refeita, segundo informou uma fonte ao Broadcast.
Além da Petrobras, uma interligação do terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Eneva será interligado ao gasoduto da Transportadora de Gás Associada (TAG), e estão sendo esperados outros investimentos privados no setor em terra da bacia, informou a ANP.
A expectativa é de que sejam investidos R$ 32 bilhões no setor de petróleo e gás natural em Sergipe nos próximos quatro anos, o que deve reverter a queda de valores dos pagamentos de royalties aos estados e municípios sergipanos.
De acordo com a ANP, o pagamento de royalties ao estado deve crescer de R$ 56,9 milhões em 2021 para R$ 135,4 milhões em 2028. Já os municípios receberão R$ 359 milhões, contra R$ 223 milhões em 2021.
A agência apresentou ainda um levantamento sobre o impacto da abertura do mercado de gás natural no Brasil, mostrando que o número de contratos de transporte subiu de 189 em 2022 para 500 até junho de 2024 (em 2023 foram 420 contratos).