24/06/2013 - 9:11
O oceanógrafo francês e presidente da ONG Ocean Futures Society, Jean-Michel Cousteau, causou polêmica no Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado nos dias 21 e 22 de junho em Foz do Iguaçu (PR), ao declarar que, primeiro é preciso matar a fome da população para depois cobrar sustentabilidade. Apesar disso, ele reiterou que a luta contra o aquecimento global e contra a poluição, especialmente de rios, lagoas e oceanos, deve ser uma tarefa de todos. “A água existente no mundo, quer seja ela doce ou salgada, é a mesma que vai para nossa casa para matar nossa sede e nossa fome”, afirma Cousteau.
O ecologista criticou a forma como o governo japonês vem lidando com os efeitos do vazamento radioativo na usina nuclear de Fukushima. “Existem pesquisas que mostram que atuns azuis, capturados na costa da Califórnia, estão contaminados com substancias radioativas.” Para ele, é preciso ficar atento aos efeitos deletérios da poluição e aos riscos de essas substâncias nocivas entrarem na cadeia alimentar, não apenas dos animais marinhos como dos seres humanos.
PRÉ-SAL
Especialista em assuntos ligados à preservação dos oceanos, Cousteau vê com cautela o projeto de exploração do petróleo no pré-sal. Ele argumenta que, por se tratar de um ecossistema delicado e uma atividade perigosa, seria importante que os mecanismos de controle e fiscalização fossem aperfeiçoados. “O vazamento ocorrido no Golfo do México (causado pela plataforma Deep Horizon, da britânica BP), se deveu a erros e atitudes que visavam à redução de custos da empresa, sem levar em conta a complexidade da operação e a segurança.”
Para ele, essa vigilância deve ser contínua: “Assim como temos a polícia de trânsito, precisamos ter guardas ambientais, também.”