A retirada aérea de cidadãos estrangeiros e de civis afegãos que temem por suas vidas que acontece no aeroporto de Cabul recorda a queda de Saigon em 1975, assim como outras operações similares.

A seguir, uma lista de operações de retirada aérea que ganharam destaque:

– A queda de Saigon –

“Isto não é Saigon”, insistiu no domingo (15) o secretário de Estado americano, Antony Blinken, ao comentar a situação em Cabul.

Embora vários países ocidentais estejam concentrados em retirar do Afeganistão seus cidadãos e muitos afegãos, somente os Estados Unidos planejam a retirada de quase 30.000 pessoas.

Fez-se, então, o paralelo entre a atual operação e a retirada da cidade vietnamita, em 1975, imortalizada em uma fotografia que mostra refugiados tentando alcançar um helicóptero no telhado de um prédio.

Em apenas dois dias, a operação americana “Frequent Wind” permitiu retirar mais de 7.000 civis vietnamitas em helicópteros desta cidade que, anos depois, mudaria de nome para Ho Chi Minh. Dezenas de milhares de vietnamitas foram transportados previamente por ar, ou pelo mar.

– O Congo belga –

Quinze anos antes, a violência que explodiu no Congo em 1960, pouco depois da proclamação da independência da ex-colônia belga (atualmente República Democrática do Congo, RDC), levou Bruxelas a organizar várias repatriações.

Em três semanas, a Bélgica retirou mais de 44.000 cidadãos, sendo 34.500 por via aérea, de acordo com um artigo publicado na “Encyclopedia Universalis”.

– Guerra do Golfo –

A invasão do Kuwait pelo Iraque, em agosto de 1990, seguida pela guerra entre este último e uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, também foi marcada por várias operações de retirada aérea.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) retirou milhares de pessoas que tentavam fugir do Iraque e do Kuwait. A Jordânia recebeu, depois, mais de 700.000 refugiados.

Em média, 9.000 pessoas eram retiradas a cada dia. Além disso, mais de 100.000 indianos foram repatriados em apenas um mês em aviões especiais.

– Ruanda –

Em abril de 1994, quando começaram os massacres em larga escala em Ruanda, após a derrubada do avião do presidente Juvenal Habyarimana, a França organizou a Operação “Amaryllis”.

Quase 500 paraquedistas franceses retiraram mais de mil pessoas, tanto franceses como estrangeiros (o que incluiu ruandeses que se consideravam ameaçados), entre 8 e 14 de abril daquele ano. Outros países, como Bélgica e Itália, também retiraram seus cidadãos.

– Costa do Marfim –

Em plena crise na Costa do Marfim em 2004, durante um momento de violência contra o governo da França, Paris organizou a retirada de mais de 8.000 franceses e estrangeiros com a Operação “Licorne”.

Dois anos antes, em 2002, a França já havia retirado quase 3.000 pessoas do território da Costa do Marfim, em sua maioria francesas, quando a nação africana já enfrentava uma crise político-militar.