A manhã deste sábado, 27, começou com empurra-empurra, bate boca, barricada de cadeiras e troca de farpas entre tucanos na convenção municipal da federação PSDB-Cidadania que se propõe oficializar o apresentador José Luiz Datena na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Militantes do partido foram barrados na porta da Assembleia Legislativa, onde acontece o evento.

O partido é marcado por desacordos internos na sigla envolvendo um grupo favorável à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Orientação a opositores do apresentador é que só poderiam entrar a partir das 10h, mas demais filiados não estão sendo impedidos de entrar. Parte do grupo invadiu o prédio, mas foi feita uma nova barreira na parte interna. A Polícia Militar foi chamada para reforçar o bloqueio.

Assim que chegou ao local, Datena chamou manifestantes contrários a sua candidatura de “bando de vendidos do Nunes”. E fez acusações: “Não duvido que tenha gente infiltrada do PCC (Primeiro Comando da Capital) aqui quebrando vidro”.

O grupo, liderado pelo ex-presidente municipal do PSDB Fernando Alfredo, defende que o PSDB apoie a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). “Se encostarem a mão em mim, o bicho vai pegar”, disse Fernando Alfredo, ex-presidente do diretório municipal do PSDB na capital paulista, ao Estadão. Ele lançou sua própria pré-candidatura na última quinta, 25, para aumentar o conflito interno na legenda e tentar anular a candidatura de Datena, e foi barrado de entrar na convenção da legenda. “A gente chega aqui e já tem essa barreira impedindo que a militância entre”, acrescenta. “Estamos aqui para representar a militância que não concorda com a candidatura do Datena.”

“Estamos nos organizando para ter candidatura própria. Nosso candidato tem alinhamento programático (com o PSDB). Não concordamos com a manifestação”, disse um dos executivos municipais do partido durante a confusão na entrada da Alesp. Em seguida, Fernando pegou um dos adesivos de campanha de Datena, jogou no chão e pisou. “Aqui o Datena”, disse.