Ao menos 10 pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas em quatro tiroteios nos Estados Unidos neste fim de semana, em um momento em que os legisladores lutam para reagir à epidemia de violência com armas de fogo no país.

Os tiroteios aconteceram depois que uma série de assassinatos em massa renovaram os pedidos de reforma das leis de armas do país.

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Um tiroteio no início de domingo perto de uma boate em Chattanooga, Tennessee, deixou duas pessoas mortas. Mais quatro pessoas (duas mortas e duas feridas) foram atingidas por veículos que fugiam do local, disse a chefe de polícia local, Celeste Murphy, acrescentando que “várias” vítimas permanecem em estado crítico.

Em Saginaw, Michigan, três pessoas morreram e outras duas ficaram feridas em um tiroteio no domingo, informaram MLive.com e a televisão WEYI, citando a polícia local.

No condado de Clarendon (Carolina do Sul), um tiroteio em uma festa de graduação deixou um morto e sete feridos, informou a polícia em um comunicado.

– Pedidos de medidas –

A violência com armas de fogo se tornou algo comum nos Estados Unidos, com mais de seis tiroteios somente neste fim de semana, nos quais morreram várias pessoas, segundo o Gun Violence Archive.

Mas a comoção maior foi gerada após os recentes tiroteios em massa em um supermercado em Buffalo, Nova York, e uma escola de ensino fundamental em Uvalde, Texas, que deixaram 10 e 21 mortos, respectivamente, provocando apelos amargos para que medidas sejam tomadas.

O presidente Joe Biden atacou os republicanos que se opõem à restrição da venda de armas e lamentou que lugares como escolas ou hospitais “se tornaram campos de extermínio, campos de batalha”.

O senador democrata Chris Murphy trabalha com um grupo bipartidário do Congresso em uma série de reformas. O trabalho é difícil porque os republicanos quase sempre rejeitam a maioria das medidas para regulamentar as armas.

Murphy disse no domingo que o grupo espera elaborar um projeto que conte com o apoio de ao menos 10 republicanos, além de quase todos os democratas. “Acredito que a possibilidade de sucesso é maior que nunca”, declarou à CNN. “Mas também acho que as consequências de um fracasso para toda a nossa democracia são maiores que nunca”.

As medidas, adiantou, incluiriam “um investimento significativo em saúde mental, financiamento para a segurança nas escolas e algumas mudanças pequenas, mas fortes, nas leis de armas”, entre elas controles mais rígidos dos antecedentes dos compradores de armas de fogo.

Embora os republicanos tenham bloqueado durante anos a maioria dos esforços para controlar o acesso às armas, alguns se pronunciaram recentemente a favor de uma mudança.

No Texas, estado conservador e amante das armas, mais de 250 entusiastas das armas de fogo, incluindo doadores do governador republicano Greg Abbott, assinaram uma carta aberta apoiando os esforços de reforma bipartidária publicada no Dallas Morning News.

Os signatários da carta apoiam a expansão das verificações de antecedentes, o aumento da idade para comprar armas para 21 anos e a criação de leis de “bandeira vermelha” destinadas a manter as armas fora das mãos de pessoas consideradas em risco de violência.

De acordo com uma pesquisa da CBS News, a maioria dos americanos é a favor de regras mais rígidas para a posse de armas, com 81% apoiando a verificação de antecedentes de potenciais compradores.

A violência armada nos Estados Unidos matou mais de 18.000 pessoas até agora em 2022, incluindo quase 10.300 suicídios, de acordo com o Gun Violence Archive.