06/11/2022 - 13:00
Um estudo da Revelo, empresa de tecnologia no mercado de recrutamento e seleção de profissionais, mostra que apenas 12,7% dos profissionais de tecnologia são mulheres. De acordo com o levantamento, a maior representatividade das mulheres está nas especialidades de Analista de Qualidade, Product Owner e Business Intelligence, enquanto nas funções de Full-Stack, Infraestrutura e Back-End, a proporção é de 10 homens para cada uma mulher.
Apesar do aumento de 60% da participação de mulheres na área, entre 2014 e 2019, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ainda há grande desigualdade de gênero no mercado de tecnologia.
+ O panorama da tecnologia em 2022
“De fato temos percebido cada vez menos mulheres dentro do mercado de tecnologia desenvolvendo trabalho de programadoras e desenvolvimento de software. Em contrapartida, essas profissionais têm se mostrado resilientes e o que tem contribuído para isso são as diversas iniciativas acessíveis de capacitação que existem no mercado voltadas para elas, sejam para aquelas que já atuam na área, como também para quem pensa em iniciar sua carreira profissional no meio tecnológico”, comenta Lucas Mendes, CEO da Revelo.
A pandemia impulsionou a contratação de profissionais de tecnologia, principalmente desenvolvedores. O relatório mostrou que entre 2020 e 2021 houve 1,8 milhão de buscas realizadas por empresas que estão recrutando profissionais da área. “Muito disso é devido a movimentação que temos visto de digitalização dos negócios e pela busca em escalonar seus times de tecnologia de forma a acelerar o crescimento de forma rápida e eficaz”, diz nota da Revelo.
Programas de capacitação
As empresas têm criado iniciativas para incluir mulheres nos espaços de trabalho do setor de tecnologia e diminuir essa disparidade. O programa ConstruDelas visa democratizar o acesso de mulheres na formação técnica e aumentar as chances de colocação no mercado de trabalho de tecnologia. O projeto é desenvolvido pela Juntos Somos Mais, startup do setor de construção civil que tem como sócias Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre.
Iniciado em setembro de 2021, o programa já formou mais de 40 mulheres e, em 2022, continua com a capacitação de outras futuras desenvolvedoras. Sem o requisito prévio de uma formação em TI, o ConstruDelas aborda conteúdos básicos dos fundamentos da programação, com uma imersão em linguagens de computação, como .NET e Python.
“Como não temos exigências de experiência prévia ou formação profissional, nosso objetivo é unir ao time mais pessoas que valorizem nossa cultura forte de inclusão e diversidade e que estejam prontas para criar histórias conosco. Ficamos muito felizes com a possibilidade de contratação no final do programa, isso reforça o quanto queremos empregar e trazer ainda mais força e garra ao setor de tecnologia de nosso país”, afirma Danny Farias, CTO da Juntos Somos Mais.
O analista de Talent Acquisition da Juntos Somos Mais, André Costa, responsável pelo projeto e pela contratação das profissionais, explica que “o curso fornece todos os requisitos colocados no processo seletivo das vagas de desenvolvedores. Com isso, as novas profissionais já entram no universo da startup conhecendo mais a fundo sobre os desafios, propósitos e próximos passos”.