15/12/2010 - 21:00
As restrições ao crédito anunciadas na sexta-feira 3 colocam em dúvida a capacidade de os bancos ampliarem seus empréstimos. As ações mais prejudicadas foram as do Banco do Brasil, que recuaram 7,9% entre segunda e quinta-feira. Santander caiu 3,4%, Bradesco caiu 4,5% e Itaú Unibanco recuou 4,4%. O Ibovespa cedeu 2,3%. As medidas anunciadas pelo Banco Central (BC) elevam os compulsórios bancários em R$ 61 bilhões. “O BC foi direto ao ponto de maior preocupação, o consumo”, diz o economista-chefe do banco Schahin, Silvio Campos Neto.
As medidas podem alterar as metas de crescimento da carteira de crédito dos bancos no próximo ano, avalia o analista-chefe da Modal Asset Management, Eduardo Roche. “Nenhum banco anunciou nada ainda, mas fica esta incerteza”, diz. Apesar das dúvidas de curto prazo, os bancos podem ter um bom desempenho em bolsa no próximo ano, segundo ele. Em 2010, a evolução das ações das instituições financeiras foi positiva, mas abaixo de outros setores ligados ao mercado doméstico, como o varejo e o setor imobiliário.
Destaque no pregão
Manguinhos cai com decisão do governo do RJ
O Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro decidiu na terça-feira 7 que a principal atividade da Refinaria de Manguinhos é a revenda de combustíveis e não o refino de petróleo. Por isso, a companhia terá que recolher o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). A companhia ainda poderá recorrer da decisão e afirmou, em nota, que, caso entre em vigor, esta decisão não afetará seu dia a dia. Após o anúncio da decisão, os papéis da companhia caíram 10,5% entre terça e quinta-feira.
Palavra de analista
Mesmo com as perdas, as ações da Manguinhos têm alta de 363% em 2010, a maior entre as ações listadas na BM&FBovespa. Bruno Lembi, sócio da M2 Investimentos, lembra que qualquer notícia negativa é motivo para o investidor realizar seus lucros. Especulações sobre uma possível compra da companhia pela Petrobras motivaram os ganhos em 2010. “Caso não se concretize, este valor é devolvido de uma hora para outra”, diz Lembi.
Ásia
Vale estreia na bolsa de Hong Kong
A Vale iniciou as negociações de recibos de ações na bolsa de Hong Kong, na quarta-feira 8. Os papéis da mineradora, grande exportadora para a China, estrearam cotados a 270 dólares de Hong Kong e caíram 1,7% no primeiro dia. A mineradora converteu 7,7 milhões de recibos de ações listados em Nova York para serem negociados em Hong Kong. Deste total, 5,3 milhões representam ações ordinárias e 2,4 milhões são de ações preferenciais. O objetivo da Vale foi elevar sua presença entre os investidores asiáticos.
Maiores altas da semana
Maiores baixas da semana
As 10 mais negociadas do Ibovespa
Desempenho das empresas por setor de atividade econômica
Termômetro do mercado
Bolsa no mundo
Educação financeira
A relação das pessoas com o dinheiro não é racional. As decisões financeiras têm uma pesada influência psicológica e emocional. A linguagem secreta do dinheiro, de David Krueger e John Mann, procura explicar como reagimos ao lidar com o dinheiro. Editora Campus Elsevier, 248 páginas, R$ 59,90.
Quem vem lá
Sonae Sierra registra novo IPO
A empresa de shopping centers Sonae Sierra Brasil, que controla, entre outros, o Internacional Shopping Guarulhos, enviou à Comissão de Valores Mobiliários novo pedido de registro para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO). A primeira solicitação foi feita em março deste ano, mas o prazo expirou no dia 3 de dezembro. O novo pedido foi registrado na segunda-feira 6. Os principais sócios são a norte-americana Developers Diversified Realty – fundo de investimentos imobiliário americano, listado em Nova York – e a portuguesa Sonae Sierra.
Fique de olho: no acumulado de 2010 até setembro, a receita líquida das operações somou R$ 133 milhões, alta de 25,8% sobre o mesmo período de 2009.
Touro x urso
Mais uma semana de apreensão marcou o cenário econômico mundial. No Brasil, foram quatro pregões de queda em entre segunda e quinta-feira, que levaram a perdas de 2,3% do Ibovespa, o principal indicador da bolsa paulista. Nesse ambiente, dominam a incerteza sobre o rumo do mercado de trabalho americano e a insegurança com relação a uma possível alta de juros na China. Nos próximos dias uma série de indicadores importantes nos Estados Unidos guiará as decisões dos investidores. Dados de inflação serão conhecidos na terça-feira 14 e na quarta-feira 15. Na terça-feira será decidido o rumo da taxa de juros americana. O mercado também espera, na quarta-feira, o resultado da produção industrial referente a novembro.
Saúde
A Odontoprev quer morder o mercado
O próximo ano será de muito trabalho para José Roberto Pacheco, diretor de relações com investidores da OdontoPrev. Além de consolidar os ganhos decorrentes da associação com o Bradesco, fechada no fim de 2009, ele terá de colocar nos eixos a parceria com o Banco do Brasil, anunciada em agosto deste ano. Esse contrato trouxe 260 mil novos beneficiários à empresa, número que poderá crescer para 800 mil. A companhia quer ampliar sua base de clientes, especialmente em planos individuais e pequenas e médias empresas. O executivo conversou com a DINHEIRO:
DINHEIRO – Quais as projeções para 2011?
JOSÉ ROBERTO PACHECO – Vamos consolidar a associação com o Bradesco. Nosso produto já está disponível nas agências, mas ainda há muito para obter em sinergias e aumento da eficiência. No ano que vem também esperamos a conclusão do acordo com o Banco do Brasil.
DINHEIRO – Quando o acordo com o BB deverá ser concluído?
PACHECO – Ainda não há previsão. O que há de concreto é que passamos a ter 260 mil novos beneficiários em novembro. São os funcionários diretos do banco e seus dependentes. Posteriormente, este número pode subir para 800 mil, com aposentados do banco e clientes.
DINHEIRO – A OdontoPrev pretende ingressar em novos mercados?
PACHECO – Sim, há dois mercados muito promissores: os planos individuais e as pequenas e médias empresas. Os planos individuais não representam nem 10% de nosso portfólio. Há 28 milhões de clientes em potencial nas pequenas e médias empresas. São mercados jovens e a OdontoPrev está em uma posição estratégica. Acreditamos ter condições de crescer mais rápido do que os nossos principais concorrentes.
DINHEIRO – Como?
PACHECO – Os novos canais de distribuição, que são as redes do Bradesco e do Banco do Brasil, nos permitem fazer vendas combinadas junto a bancos e seguradoras. Nosso plano odontológico tem a vantagem de ser o mais barato do mercado. Temos tecnologia, escala e as portas abertas para desenvolver parcerias com os mais diversos setores que queiram construir um projeto comum.
DINHEIRO – Como o sr. analisa a evolução da base acionária?
PACHECO – Dobramos o número de investidores em 2010, de 800 para 1.600. Queremos ter uma base acionária pulverizada, o que traz mais estabilidade e liquidez para as ações. A média diária negociada passou de R$ 6 milhões no primeiro trimestre para R$ 17 milhões no quarto trimestre de 2010.
Pelo mundo
PepsiCo compra empresa russa - A PepsiCo anunciou na quinta-feira 2 a compra de 66% da Wimm-Bill-Dann, empresa russa de bebidas e alimentos, por US$ 3,8 bilhões. O negócio ainda depende da aprovação das autoridades russas, mas a Pepsi já informou que pretende aumentar sua participação na empresa por meio de mais aquisições de ações.
AT&T, a pior operadora dos EUA - A AT&T foi eleita a pior empresa operadora de serviços móveis dos Estados Unidos pelos leitores da publicação Consumer Reports. Na pesquisa com 58 mil consumidores, a empresa marcou 60 pontos e ficou em último lugar no ranking, enquanto a U.S. Cellular recebeu a maior colocação, com 82 pontos.
BMW vende mais em novembro - As vendas das marcas BMW, Mini e Rolls-Royce totalizaram 129.014 unidades em novembro, um aumento de 20% ante 2009. Este foi o maior crescimento mensal de 2010 nas vendas do grupo. No acumulado do ano até novembro, as vendas totalizaram 1.319.827 veículos, um aumento de 13,5% ante os 11 primeiros meses de 2009.
Com Juliana Schincariol e Lilian Sobral