O apoio do ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles à candidatura do ex-presidente Lula na manhã desta segunda-feira (19) foi comemorado como um gol em Copa do Mundo pela campanha petista. Ainda não está claro se o novo apoiador terá alguma função na campanha petista.

A discussão sobre programa de governo é conduzida por Aloizio Mercadante e as propostas para a economia têm entre seus coordenadores o professor Guilherme Mello, da Unicamp. Meirelles não deverá estar no dia a dia dessa empreitada.

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Lula costuma ouvir muita gente que não necessariamente está dentro da campanha. São conselheiros a quem recorre quando tem dúvidas ou quer alguma ideia mais ao centro, por exemplo.

O mercado financeiro reagiu muito bem ao apoio de Meirelles ao ex-presidente e o câmbio apreciou de imediato. Há uma esperança na Faria Lima de que o ex-ministro se torne ministro de fato numa eventual vitória petista.

A animação do mercado, porém, esbarra em uma observação importante: Lula já expressou em mais de uma ocasião que deseja ter à frente do Ministério da Fazenda – ele vai dividir a Economia em duas pastas e a outra será a do Planejamento – um político que comande um corpo técnico.

Apesar de Meirelles gostar de política, uma vez que já foi eleito deputado federal por Goiás em 2002 e ter se candidatado à Presidência em 2018, ele não é dado às negociações políticas em si. Portanto, a menos que Lula repense o perfil de quem quer ver na Fazenda, Meirelles está fora.

Aliados do ex-presidente avaliaram que a presença de Meirelles no ato de ex-candidatos à presidência com o petista, mantido em segredo até o início do evento, amplia o escopo da candidatura.

O ato teve forte caráter simbólico e serviu para reforçar a imagem de frente ampla que Lula quer imprimir à campanha, principalmente neste momento em que busca o voto útil dos eleitores não petistas. Além disso, ajuda na estratégia de manter o controle da pauta nesta reta final.