21/06/2013 - 18:00
Nascido em Belo Horizonte, Jorge Balbi Junior, hoje com 33 anos, iniciou sua carreira no esporte aos 5 anos de idade, quando ganhou sua primeira moto dos pais. Quase três décadas depois, ele se tornou famoso por ter sido o primeiro atleta brasileiro a competir regularmente no campeonato americano de motocross e a ingressar na elite mundial do esporte, com uma coleção de mais de 40 títulos. A vida radical, movida a velocidade e exposta a riscos elevados, motivo de orgulho, mas também de preocupação para ele. “A carreira de atleta é muito curta e eu me preocupo com o futuro”, diz. Há três anos, Balbi contratou um seguro de vida com cobertura para morte natural, acidental e invalidez por acidente.
Balbi Junior: “Sou uma pessoa muito conservadora e tenho consciência
dos riscos da minha profissão”
“Apesar de jovem, me considero uma pessoa muito conservadora e tenho consciência dos riscos da minha profissão”, diz o piloto. “Espero não precisar usar o seguro, mas prefiro planejar o amanhã e dormir tranquilo hoje.” Balbi não é o único exemplo de atleta que busca se proteger das incertezas. As gêmeas Bia e Branca Feres, atletas brasileiras do nado sincronizado, que completaram 25 anos em fevereiro, presentearam-se, em seu aniversário, com um mimo incomum: uma apólice de seguro com cobertura de vida inteira, morte acidental, doenças graves, renda hospitalar e invalidez acidental. “Sempre tivemos essa preocupação, por sabermos que vida de atleta tem prazo de validade”, afirma Bia.
Apesar de não praticarem um esporte que apresente risco aparente, como o motocross de Balbi, as meninas descobriram, na infância, a importância de um seguro de vida. “Nossa mãe é médica, mas ela é portadora de uma doença grave que, durante algum tempo, a impediu de trabalhar e de ter uma renda consistente para sustentar a família”, diz a atleta. “Além disso, ela teve um acidente vascular cerebral (AVC) e, dos 13 aos 17 anos, passamos por muitas dificuldades”, afirma Branca. “Se, naquela época, ela tivesse um seguro de vida como o que temos hoje, tudo seria diferente.”Balbi, Bia e Branca não estão sozinhos. De acordo com Fernando Pinto, vice-presidente de Operações da Prudential do Brasil, sua carteira de clientes conta com mais de 500 atletas profissionais, nas mais diferentes modalidades.
Hobby e profissão: Paulo Kalassa, triatleta e especialista em seguros, idealizou o seguro
para bicicletas em 2005 e recebe mais de 500 solicitações por dia
A maioria dos seguros de vida disponíveis não aceita vender apólices para atletas, pois a probabilidade de acidentes é mais elevada, o que aumenta os custos. Fernando avalia, porém, que essa questão não é o principal entrave. “O maior problema é a dificuldade de entender riscos distintos e específicos de determinada atividade”, afirma. Segundo o executivo, ao contratar um seguro, os atletas têm duas preocupações. A primeira é evitar que a renda desabe nos casos de invalidez e internação. A segunda é garantir a formação de um patrimônio. “Os atletas reconhecem que sua vida profissional é mais curta do que a média e, por isso, veem o seguro como uma formação de reservas financeiras, já que alguns produtos permitem o resgate ainda em vida, após a fase de acumulação, como se fosse um plano de previdência”, afirma o especialista.
O maior seguro de vida subscrito pela Prudential, atualmente, é de R$ 4,8 milhões, mas, por conta da análise detalhada na contratação, é possível segurar mais de R$ 15 milhões. Segundo Fernando, se os atletas praticarem atividades de baixo risco, os preços das apólices não serão diferentes dos cobrados de qualquer cidadão. “No caso de modalidades mais arriscadas, é cobrado um prêmio extra e o seguro fica cerca de 7% mais caro”, diz. Não são só os atletas profissionais que estão conseguindo pensar em segurança. O MetLife Individual, por exemplo, da MetLife, foi desenvolvido para permitir a contratação de seguros por pessoas que exerçam profissões consideradas de maior risco ou que pratiquem esportes radicais de forma amadora.
Proteção: as gêmeas Bia e Branca Feres deram-se uma apólice
de seguros de presente no aniversário de 25 anos
De acordo com Renata Ferraz, diretora comercial da MetLife, o produto está disponível no mercado brasileiro desde 2007 e já representa 9% do total de prêmios da seguradora. “Existe mercado para esse produto crescer muito no Brasil, porém também é preciso desenvolver a cultura da proteção, não muito praticada no País”, diz Renata. O administrador de empresas paulista Paulo Kalassa, 39 anos, é um bom exemplo. Triatleta amador, Kalassa já participou de duas provas do Ironmen – modalidade que envolve corrida, ciclismo e natação em longa distância –, já disputou cinco maratonas e realizou 2.200 saltos de paraquedas.
Entre uma pedalada e outra, o esportista é especialista em seguros e sócio da Brasil Insurance, empresa de corretagem com faturamento anual de R$ 257 milhões em 2012. Foi o seu conhecimento em seguros e a sua paixão pelo ciclismo que o fez idealizar, em 2005, um seguro para bicicletas. “A bicicleta é o principal bem de muita gente, sejam atletas profissionais ou amadores como eu, que investem no equipamento e participam de competições ao redor do mundo”, afirma Kalassa. A procura pelo produto tem crescido bastante. “Recebo cerca de 500 solicitações por mês”, diz. O produto oferece cobertura para roubo ou furto, seja enquanto pedala, seja no transporte ou na residência do segurado, além de cobrir danos ao equipamento.
“Para uma bicicleta de R$ 12 mil, o seguro custa R$ 700 por ano”, afirma Kalassa. Segundo o especialista, existe a possibilidade de segurar outros itens ligados à prática esportiva. “Temos um produto que cobre roubo ou furto, na residência ou no transporte, de kits de golfe”, diz. “Essa cobertura, quando solicitada, está incluída no seguro residencial da pessoa e custa cerca de R$ 350 por ano, para um kit avaliado em R$ 5 mil.” De acordo com Kalassa, já houve pedidos para segurar prancha de surfe, asa-delta, etc. “Para esses itens, no entanto, não existe um produto pronto e, para fecharmos um contrato, teríamos que analisar caso a caso para avaliar os custos”, diz.