A Universidade de São Paulo (USP) está entre as 200 melhores – ocupando o 199.º lugar – instituições de ensino superior do mundo, segundo o ranking 2025 da revista britânica Times Higher Education (THE), divulgado nesta terça-feira, 8. Esse foi o melhor desempenho da instituição em 12 anos no levantamento, um dos mais importantes da área, ao lado do QS. A USP lidera na América Latina.

O ranking da THE avalia as universidades em cinco áreas: Ensino (ambiente de aprendizagem); Ambiente de Pesquisa (volume, renda e reputação); Qualidade da Pesquisa (impacto das citações, força da pesquisa, excelência em pesquisa e influência da pesquisa); Visão Internacional (corpo docente, estudantes e pesquisa); e Indústria (renda e patentes).

Nos quatro anos anteriores, 27 países permaneceram entre os 200 melhores, mas nesta edição o número subiu para 30, com Brasil, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos na elite. O ranking, que está na sua 21.ª edição, tem 2.092 universidades classificadas de 115 países e regiões.

O Brasil é a nação com o 9.º maior número de universidades (61). Os EUA têm a maior quantidade (174), seguidos de Japão (119), Índia e Reino Unido (ambos com 107). Em comparação com o restante da América do Sul, as universidades brasileiras têm a pontuação média mais alta em três pilares: ensino, ambiente de pesquisa e colaboração com a indústria.

Para a THE, o desempenho pode ser “um ponto de inflexão para o sistema de ensino superior do País, que enfrentou período desafiador” na gestão Jair Bolsonaro (PL), com cortes de verba para as universidades públicas. O Equador ocupa a primeira posição no pilar que envolve a internacionalização, campo que considera, por exemplo, a proporção de alunos e docentes estrangeiros. O Chile é o número um em qualidade de pesquisa.

Em junho, a USP perdeu seu posto de líder da América Latina em outro respeitado levantamento internacional, o QS World University Ranking . Esse avalia as instituições mais consultadas, a empregabilidade e a sustentabilidade. A USP foi ultrapassada pela Universidad de Buenos Aires (UBA), da Argentina, a qual havia desbancado na edição do ano passado. Ainda assim, está entre as 100 melhores do mundo em quatro das nove métricas da QS e na posição geral 92.

Ponderações

Das 61 universidades brasileiras classificadas, 11 desceram de posição, enquanto apenas duas subiram. Especialistas ponderam que interpretar rankings não é fácil e oscilações – para cima ou para baixo – devem ser vistas com cuidado. Pesam também ajustes nos critérios de avaliação ou no número de instituições analisadas, por exemplo.

É preciso ainda levar em consideração particularidades, como total de alunos, perfil dos docentes, políticas de inclusão social, natureza das pesquisas e modelo de financiamento (público ou privado). Por exemplo: as principais instituições brasileiras são públicas, o que envolve restrições nas possibilidades de gastos com equipamentos de pesquisa, parcerias com a iniciativa privada ou de oferta de salários mais altos para atrair e reter talentos.

Líderes

A líder global é a Universidade de Oxford, no topo por um período recorde de nove anos consecutivos. O Massachusetts Institute of Technology (MIT) é a 2.ª melhor e, em 3.º, aparece Harvard.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.