12/06/2025 - 9:25
As vendas no comércio varejista caíram 0,4% em abril, após 3 meses seguidos de crescimento. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira, 12, pelo IBGE.
Foi a queda mais intensa nas vendas desde junho do ano passado (-0,9%).
Na comparação com abril de 2024, porém, houve alta de 4,8% no volume de vendas.
No acumulado em 12 meses, o comércio ainda tem alta de 3,4% e no acumulado no ano, 2,1%.
Apesar do resultado negativo, as vendas caíram menos do que o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 0,80% na comparação mensal e de avanço de 3,40% sobre um ano antes.
O que puxou a queda
Entre os setores pesquisados, houve queda em Combustíveis e lubrificantes (-1,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,3%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,3%).
Por outro lado, houve crescimento em Livros, jornais, revistas e papelaria (1,6%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%), Tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,2%).
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes (-2,2%) e peças e material de construção (-0,4%), o volume de vendas caiu 1,9%, após alta de 1,7% em março.
“Está havendo uma desaceleração, após três meses de crescimento. Existe o efeito base, pois o patamar anterior foi recorde. É muito mais difícil subir”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, lembrando que em março o varejo atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000.
A expectativa de analistas é de que o setor varejista apresente acomodação no restante do ano, em um cenário de condições financeiras restritas, aperto monetário prolongado e inflação elevada, com destaque para a de alimentos.
O Banco Central volta a se reunir na próxima semana para decidir sobre a taxa básica de juros Selic, atualmente em 14,75% ao ano. Por outro lado, sustentam o consumo das famílias o mercado de trabalho resiliente e o aumento da massa salarial.
“Os dados negativos de abril reforçam nossa expectativa de que as vendas no varejo, de maneira geral, devem perder força ao longo deste ano. Nossa projeção é de que o varejo ampliado feche o ano com crescimento pouco abaixo de 2%”, avaliou Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “Vale lembrar que, no ano passado, o setor cresceu 3,7%”, acrescentou.
*Com informações da Reuters